Quarta-feira, 18 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 10 de abril de 2023
A Rússia pode atingir seu objetivo há muito buscado de superioridade aérea nos céus ucranianos já em maio, porque a Ucrânia está ficando sem mísseis antiaéreos, de acordo com supostas apresentações do Pentágono que vazaram nas redes sociais.
O Pentágono e o Departamento de Justiça iniciaram uma investigação na semana passada sobre vazamentos de documentos, quando algumas supostas apresentações do Departamento de Defesa dos EUA foram postadas por propagandistas russos no Telegram na quinta-feira. O “Wall Street Journal”, que teve acesso a esses documentos e outros maiores que surgiram na sexta-feira, não conseguiu verificar de forma independente sua autenticidade.
A porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh, disse no domingo que os EUA continuam avaliando a validade dos documentos “que parecem conter material sensível e altamente classificado”. Ela disse que os EUA discutiram o assunto com aliados no fim de semana e estavam avaliando o potencial impacto da violação na segurança nacional.
O coronel Yuri Ihnat, porta-voz da Força Aérea Ucraniana, disse que não poderia comentar sobre a veracidade das informações nos slides vazados, pois esses dados são classificados na Ucrânia. Ele confirmou, no entanto, que as defesas aéreas da Ucrânia enfrentam um sério desafio e disse que a Ucrânia precisa urgentemente de seus parceiros ocidentais para acelerar a assistência.
“Se perdermos a batalha pelos céus, as consequências para a Ucrânia serão muito graves”, afirmou. “Não é hora de procrastinar.”
Depois de mais de um ano de guerra, disse ele, a Ucrânia enfrentou um sério desafio para encontrar a munição projetada pelos soviéticos para a espinha dorsal de seu sistema de defesa aérea, o S-300 e as baterias Buk.
Bombardeiros russos e helicópteros de combate não se aventuraram além das imediações das linhas de frente da Ucrânia por quase um ano, depois que as defesas aéreas da Ucrânia derrubaram várias aeronaves nas primeiras semanas da guerra. Como resultado, a Rússia só conseguiu atacar profundamente a Ucrânia com mísseis de cruzeiro caros e drones iranianos de longo alcance, em vez das bombas não guiadas muito mais abundantes e poderosas.
A defesa aérea da Ucrânia também tornou impossível para aeronaves russas atingir comboios ucranianos em movimento, concentrações de tropas e outros alvos militares na retaguarda, compensando a vasta superioridade de Moscou em número e qualidade de aeronaves de combate.
Se for verdade, as avaliações alarmantes nas apresentações vazadas lançam nova luz sobre a urgência com que Kiev tem feito lobby junto aos EUA e aos aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para acelerar as entregas de sistemas de defesa aérea de fabricação ocidental e fornecer à Ucrânia jatos de fabricação ocidental, como os F-16, para que pudesse impedir as incursões dos bombardeiros russos.
De acordo com um dos documentos, uma consequência provável da iminente crise da defesa aérea é que a Ucrânia perderá sua capacidade de concentrar forças terrestres perto das linhas de frente e de conduzir uma contraofensiva. Kiev disse que planeja lançar uma ofensiva maciça para recapturar territórios ocupados pela Rússia nas próximas semanas, usando várias novas brigadas de reserva treinadas e equipadas pelos EUA e parceiros da Otan.
Até agora, a Ucrânia tem conseguido negar à Rússia a capacidade de usar suas aeronaves tripuladas no interior da Ucrânia, em grande parte por causa de sua rede de sistemas de defesa aérea de longo alcance soviéticos, principalmente S-300 e Buk, que podem interceptar alvos em altitudes elevadas, acima de 20 mil pés (32,2 mil km).
No entanto, de acordo com um suposto slide secreto do Pentágono datado de 28 de fevereiro, a Ucrânia terá esgotado completamente seu estoque de mísseis Buk até 13 de abril e de mísseis S-300 até 3 de maio, nas taxas de consumo atuais. As informações são do jornal Valor Econômico e de agências internacionais de notícias.