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Política Bolsonaro negou ter participado de conversas sobre tentativas de golpe e prometeu ir à Justiça contra “manifestações caluniosas”

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Entorno do ex-ajudante de ordens avalia que declarações são inadequadas. (Foto: Isac Nóbrega/PR)

Em nota divulgada por sua defesa, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou ter participado de quaisquer conversas sobre tentativas de golpe e disse que vai adotar medidas judiciais contra “toda e qualquer manifestação caluniosa, que porventura extrapole o conteúdo de uma colaboração que corre em segredo de Justiça, e que a defesa sequer ainda teve acesso”.

Conforme o comunicado, o ex-presidente “jamais compactuou com qualquer movimento ou projeto que não tivesse respaldo em lei, ou seja, sempre jogou dentro das quatro linhas da Constituição Federal”. A defesa destacou, ainda, que o ex-chefe do Executivo federal “jamais tomou qualquer atitude que afrontasse os limites e garantias estabelecidas pela Constituição e, via de efeito, o estado democrático de direito”.

Em delação premiada à Polícia Federal (PF), o tenente-coronel Mauro Cid disse que, após a derrota nas urnas, Jair Bolsonaro se reuniu com a cúpula das Forças Armadas para discutir a possibilidade de uma intervenção militar. Segundo o ex-ajudante de ordens, o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, apoiou a ideia. Bolsonaro, porém, viu sua pretensão se esvaziar ao ouvir de um militar de alta patente que, se houvesse intervenção, ele teria de deixar o cargo e um novo pleito seria realizado. Nomeado por Luiz Inácio Lula da Silva, o atual comandante do Exército, general Tomás Paiva, disse que espera a conclusão das investigações para “virar a página”, com “punição dos responsáveis e a distinção entre erros individuais e a instituição”.

A reunião a que Cid se referiu em sua delação premiada ocorreu sob atmosfera “pesada”, e Bolsonaro ouviu a repreensão, que o abateu e o fez desistir da “estratégia” radical, uma vez que não conseguiria sair “ileso” da ofensiva.

A “munição” para tentar convencer a cúpula das Forças Armadas foi uma “minuta do golpe”, que daria suporte jurídico à trama. O documento, segundo o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi entregue ao então presidente pelo seu assessor internacional Filipe Martins. O ex-chefe do Executivo federal negou ter participado de qualquer conversa sobre tentativa de golpe.

Delação de Mauro Cid

Em sua colaboração premiada, o tenente-coronel Mauro Cid falou ainda sobre as suspeitas envolvendo fraudes em certificados de vacina contra a covid-19 – o militar foi preso em maio nesse caso – e sobre o desvio e venda ilegal de presentes recebidos por Bolsonaro na Presidência. Essa investigação também atinge o ex-presidente e militares. A Polícia Federal (PF) pretende realizar diligências para verificar a veracidade dos relatos feitos pelo colaborador.

Mauro Cid foi preso preventivamente em maio, na Operação Venire, suspeito de falsificar cartões de vacinação contra a covid. No último dia 9, o militar deixou o Batalhão da Polícia do Exército, em Brasília, após sua delação premiada ser homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Em nota, a defesa de Cid afirmou não ter os depoimentos a respeito da reunião de Bolsonaro com a cúpula militar e disse que eles são sigilosos. Procurado, o ex-assessor Filipe Martins ainda não havia se manifestado.

“(A Marinha se pauta) pela observância da legislação, valores éticos e transparência. Eventuais atos individuais não representam o posicionamento da Força”, diz a nota da Marinha.

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