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Economia Vendas do comércio brasileiro sobem 2,5% em janeiro com melhora no consumo das famílias

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(Foto: Pixabay)

As vendas no comércio brasileiro surpreenderam analistas e iniciaram o ano com alta de 2,5% em meio à onda de promoções e queimas de estoque de alguns setores. O resultado referente à janeiro sinaliza uma melhora após o setor registrar queda de 1,4% em dezembro, com o consumidor antecipando as compras natalinas na Black Friday, em novembro. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE.

O resultado acima do esperado pode ser explicado pela melhora das condições de consumo, avalia Fabio Bentes, economista sênior da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A queda da taxa de juros, a melhora da inflação e o bom desempenho do mercado de trabalho – haja vista a taxa de desemprego no menor nível em dez anos – são fatores que ajudam o varejo neste início de ano, cita o economista. Ainda assim, a boa notícia do resultado não significa um ano espetacular para o setor:

“Pode haver algum efeito se esse tipo de crescimento se repetir nos próximos meses, e a gente tem visto um esforço do governo pra tentar ativar a economia. Mas o comércio está apresentando uma dificuldade crônica de crescimento acima de 2%. A última vez que superou esse nível foi em 2018.”

Claudia Moreno, economista do C6 Bank, está mais otimista. Os números acima das projeções do mercado já levaram a uma revisão da atividade econômica para o ano:

“O varejo ampliado deve fechar o ano com crescimento de 2,6%, contribuindo positivamente para a expansão do PIB. Dados mais fortes vindos de alguns setores sugerem que a atividade pode crescer além do que projetávamos. Por isso, revisamos nossa projeção de crescimento do PIB de 2,2% para 2,4% em 2024.”

Onda de promoções

Cinco das oito atividades investigadas na pesquisa tiveram alta em janeiro deste ano. Os destaques foram a alta de 8,5% no volume de vendas de vestuário e calçados e de 6,1% no setor de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação.

Segundo Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE, os resultados vieram com muita amplitude de crescimento em setores que tiveram queda grande no Natal, depois de concentrar as vendas na Black Friday.

Esse comportamento foi observado também em 2023, quando houve queda nas vendas no fim de 2022 e uma recuperação em janeiro, e mostra um novo padrão de consumo do brasileiro. Tendência que já se observava antes da pandemia, explica Santos:

“A antecipação de compras de Natal durante a Black Friday em novembro faz com que o volume em dezembro caia. O fato de ter tido um Natal com queda (nas vendas) faz com que muitos setores invistam em promoções e queimas de estoque nessa passagem de dezembro pra janeiro”, destaca o pesquisador.

Supermercados

Outro setor que puxou o resultado em janeiro foi de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. O segmento, cujas vendas subiram 0,9% e estão no terceiro mês seguido no campo positivo, tem peso de 55% na pesquisa.

“Há uma influência do componente inflacionário e também do maior consumo das famílias, especialmente de alimentos e bebidas”, ressalta Santos.

Por outro lado, três atividades tiveram queda em janeiro. Foi o caso de livros, jornais, revistas e papelaria (-3,6%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,1%) e combustíveis e lubrificantes (-0,2%).

Segundo o IBGE, a queda em artigos farmacêuticos e de perfumaria está atrelada a dois movimentos. O setor tem aumentado os preços já que os medicamentos ficaram mais caros a partir de janeiro em boa parte do país diante do aumento do ICMS. Houve também um volume menor de vendas das empresas que atuam na parte perfumaria e cosméticos, a despeito de um crescimento sustentado ao longo do ano passado.

No varejo ampliado, que inclui atacado de alimentos, veículos e materiais de construção, o setor registrou alta de 2,4% de dezembro para janeiro. O aumento de 2,8% no volume de vendas do segmento de veículos, motos, partes e peças foi o que puxou o crescimento do setor.

Expectativa

A melhora do mercado de trabalho, assim como a queda da inflação e dos juros, trazem um cenário mais favorável ao consumo das famílias. Ainda assim, economistas avaliam que o comprometimento da renda segue elevado e os juros ainda se encontram em patamar alto. Por isso, segmentos mais dependentes de crédito ainda não dão sinais claros de recuperação.

O Índice de Confiança do Comércio do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV) recuou 1 ponto em fevereiro, para 89,5 pontos, após três altas consecutivas.

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