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Esporte Estatuto da CBF estabelece que os uniformes da seleção devem seguir as cores da entidade, as mesmas da bandeira brasileira: verde, amarelo, azul ou branco

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"Respeito à tradição é essencial", diz editorial de O Globo. (Foto: Divulgação/Nike)

Enquanto a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) perambula à procura de um treinador disposto a comandar a seleção pentacampeã do mundo — o italiano Carlo Ancelotti, atual técnico do Real Madrid, recuou do convite —, uma discussão esdrúxula mobilizou noticiários esportivos e redes sociais: a possibilidade de a seleção canarinho usar uma camisa vermelha como uniforme reserva nos jogos, no lugar da tradicional azul.

Não confirmada oficialmente, a mudança foi noticiada pelo site Footy Headlines, especializado em camisas de times. De acordo com a publicação, trata-se de uma estratégia da Nike, fornecedora de material esportivo para a CBF, visando à Copa de 2026. Essas mudanças costumam ser decididas com antecedência, com aval das confederações, para que o material possa ser produzido.

Como era de esperar, a notícia não pegou bem. Menções à camisa vermelha receberam 90% de comentários negativos nas redes sociais, segundo levantamento da Quaest. Depois que a polêmica se alastrou, a CBF divulgou nota afirmando que as imagens vazadas não eram oficiais e que nem ela nem a Nike divulgaram qualquer detalhe sobre a nova linha de uniformes. Disse ainda que os padrões atuais — nas cores amarela e azul — serão mantidos. O estatuto da CBF estabelece que os uniformes da seleção devem seguir as cores da entidade, as mesmas da bandeira brasileira: verde, amarelo, azul ou branco. É o óbvio: cores da seleção devem seguir tradições nacionais.

Pode-se argumentar que o pau-brasil, de coloração avermelhada, está na origem do nome do País. Mas não era preciso muita sofisticação para prever o efeito explosivo da mudança num país polarizado, onde a camisa amarela da seleção foi adotada como uniforme por bolsonaristas, e o vermelho é a cor tradicionalmente associada ao PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em 2023, a seleção brasileira fugiu à paleta de cores estabelecida pelo estatuto da CBF ao envergar camisas pretas durante amistoso contra a Guiné, em manifestação contra o racismo. Mas era evidentemente um caso excepcional, por uma boa causa. Em condições normais, seria um escândalo mudar o uniforme da seleção, ainda mais tendo em vista as implicações políticas.

O uniforme canarinho do Brasil ficou consagrado no mundo inteiro por jogadores fora de série como Pelé, Garrincha e tantos outros. Apesar da apropriação indevida pelo bolsonarismo, a camisa não pertence a nenhum grupo político, e sim aos brasileiros. O próprio Lula demonstrou isso ao usá-la nos jogos da seleção na Copa de 2022.

Nas eliminatórias da Copa de 2026, o Brasil não está em posição confortável: um modesto quarto lugar, com 21 pontos, dez atrás da líder Argentina (os seis primeiros se classificam). Nem o torcedor mais pessimista pode imaginar o Brasil fora de uma Copa. Mas o risco existe. O vaivém de técnicos e o desempenho sofrível em campo são prova eloquente de que, na atual conjuntura, mudar a cor da camisa é apenas uma forma de tentar desviar a conversa do mais importante: jogar bola. (Opinião/O Globo)

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