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Mundo Novo papa recebe no Vaticano o vice-presidente dos Estados Unidos, a quem ele criticou por causa de comentário sobre cristãos

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O papa Leão XIV recebeu a portas fechadas o vice-presidente americano, J.D. Vance. (Foto: Reprodução)

Em uma reunião a portas fechadas no Vaticano nessa segunda-feira (1), o papa Leão XIV recebeu do vice-presidente americano, J.D. Vance, uma carta em que o presidente americano, Donald Trump, o convida a visitar a Casa Branca. O primeiro encontro privado entre os dois católicos mais proeminentes dos EUA ocorreu em meio a um período de tensão entre o papado e a Casa Branca, especialmente em questões como imigração e teologia. No mesmo dia, o líder da Igreja Católica também reuniu-se com o secretário de Estado americano, Marco Rubio.

A audiência nessa segunda-feira ocorreu após Leão ter se oferecido, na sexta, para mediar conversas de paz entre Rússia e Ucrânia no Vaticano. No domingo, Rubio e Vance estiveram entre os 200 mil fiéis, membros da realeza e dignatários que se reuniram para marcar o início oficial do pontificado de Leão, durante a missa de inauguração na Praça de São Pedro. Após a liturgia, o Papa e o vice-presidente realizaram audiências privadas – e separadas – com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

O encontro ocorreu horas antes de Trump realizar uma ligação com o presidente russo, Vladimir Putin, como parte de seus esforços para encerrar a guerra. Antes da conversa, o Kremlin disse que prefere encerrar o conflito com a Ucrânia por meio da diplomacia, e não pelo campo de batalha. O anúncio foi feito após as primeiras negociações diretas entre Kiev e Moscou em mais de três anos de guerra terem ocorrido na sexta-feira em Istambul.

“É preferível, claro, atingir nossos objetivos por meios políticos e diplomáticos”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à mídia estatal.

Leão, de 69 anos, fez da paz a palavra-chave de seu pontificado até agora e era esperado que conversasse com Vance e Rubio sobre o papel do governo americano na tentativa de pôr fim à guerra na Ucrânia. Após a reunião, a Santa Sé anunciou que as conversas entre o Pontífice e o vice-presidente dos EUA foram “cordiais” e reafirmaram suas “boas relações bilaterais”. Vance também se reuniu com o arcebispo Paul Gallagher, ministro das Relações Exteriores do Vaticano.

“Houve uma troca de pontos de vista sobre algumas questões internacionais atuais, com apelos ao respeito pelo direito humanitário e pelo direito internacional nas áreas de conflito, e por uma solução negociada entre as partes envolvidas”, dizia o comunicado, acrescentando que Vance e Gallagher discutiram “a colaboração entre Igreja e Estado (…), bem como alguns assuntos de especial relevância para a vida e a liberdade religiosa da Igreja”.

O encontro alimentou esperanças, por parte de setores da direita americana, de que a relação com a Santa Sé possa passar por uma reconfiguração após anos de conflito com o Papa Francisco (1936-2025), predecessor de Leão. Francisco frequentemente entrou em confronto com prioridades republicanas, especialmente em relação à imigração, durante os dois mandatos de Trump. Ele também era conhecido por encontrar mais afinidade com os democratas em pautas como a proteção ambiental e o acordo nuclear com o Irã.

Moderado, o novo Pontífice parece compartilhar muitas das visões do jesuíta argentino e chegou a criticar Vance em uma conta no X – conta deletada após ele se tornar Papa – por conta da postura rígida do vice-presidente sobre a imigração. Em fevereiro, o ainda cardeal rebateu Vance após o republicano declarar que os cristãos devem amar “primeiramente suas famílias, depois seus vizinhos, depois os membros de sua comunidade e seus compatriotas”.

“J.D. Vance se engana: Jesus não nos pede que classifiquemos nosso amor pelos demais”, escreveu Prevost, cujo comentário recebeu dezenas de milhares de curtidas e alguns comentários o acusando de ser um defensor da “cultura woke” (forma pejorativa a que conservadores se referem a pautas progressistas).

Não foi a única mensagem do atual Papa contra medidas defendidas pelo governo Trump. Em abril, ele republicou uma mensagem direcionando a um link com uma manifestação do bispo salvadorenho Evelio Menjivar-Ayala, em que o colega de clero questionava os acordos entre Trump e o presidente salvadorenho, Nayib Bukele, para deportar imigrantes sem documentos dos EUA para uma prisão de segurança máxima.

Embora tenha nascido nos Estados Unidos, o Pontífice também tem nacionalidade peruana. E, como era de se esperar para um clérigo que viveu durante décadas no Peru, a imigração é um tema importante para ele, que compartilhou críticas às políticas migratórias de Trump desde a primeira passagem do republicano pela Casa Branca (2017-2021). Em 2018, durante o primeiro governo do republicano, ele compartilhou palavras do cardeal Cupich que destacavam:

“Não há nada remotamente cristão, americano ou moralmente defensável em uma política que arranca crianças de seus pais e as mantêm em gaiolas. Que isso esteja sendo feito em nosso nome é uma vergonha para todos nós”, dizia a mensagem. As informações são dos jornais O Globo e The New York Times e da agência de notícias AFP.

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