Quarta-feira, 28 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 25 de maio de 2025
Conhecida como “prostatite”, a inflamação da próstata é mais comum do que se imagina e está associada a cerca de 2 milhões de consultas médicas todos os anos no planeta. Os sintomas costumam incluir necessidade urgente de urinar (especialmente à noite), bem como ardência ao urinar ou ejacular, dor na região lombar e no períneo (o espaço entre o saco escrotal e o ânus).
Existem quatro categorias gerais o problema. Prostatite bacteriana aguda, bacteriana crônica, crônica não bacteriana e inflamatória assintomática. Conheça em detalhes cada tipo, a seguir.
– Prostatite bacteriana aguda: aparece repentinamente e é frequentemente causada por infecções por bactérias como a Escherichia coli, que normalmente vivem no cólon. Os pacientes podem apresentar dores musculares, febre e sangue no sêmen ou na urina, além de sintomas urogenitais.
A inflamação aguda pode ainda causar inchaço da próstata e bloquear o fluxo urinário da bexiga. Um bloqueio completo é uma emergência médica que requer tratamento imediato. Dependendo da gravidade dos sintomas, pode ser necessária hospitalização.
– Prostatite bacteriana crônica: resulta de infecções mais leves que podem perdurar por meses. Ocorre com maior frequência em homens mais velhos e os sintomas geralmente variam em intensidade, às vezes se tornando quase imperceptíveis.
– Prostatite crônica não bacteriana: também chamada de síndrome da dor pélvica crônica (SDPC), é o tipo mais comum de prostatite. A SDPC pode ser desencadeada por estresse, infecções do trato urinário ou trauma físico, causando inflamação ou dano nervoso na região geniturinária. Em alguns homens, a causa nunca é identificada.
A SDPC pode afetar todo o assoalho pélvico, ou seja, todos os músculos, nervos e tecidos que sustentam os órgãos envolvidos no funcionamento intestinal, da bexiga e sexual.
– Prostatite inflamatória assintomática: é diagnosticada quando os médicos detectam glóbulos brancos em secreções ou tecidos da próstata em homens que estão sendo avaliados para outras condições. Geralmente não requer tratamento.
Aumento do PSA
]Tanto a prostatite bacteriana aguda quanto a crônica podem causar picos nos níveis sanguíneos de antígeno prostático específico (PSA). Isso pode ser alarmante, já que PSA alto também é indicativo de câncer de próstata. Mas se um homem tem prostatite, essa condição — e não o câncer de próstata — pode muito bem ser a razão para o aumento do PSA.
Os avanços na pesquisa estão levando a alguns desenvolvimentos encorajadores para homens que sofrem dessa condição. Antibióticos chamados fluoroquinolonas são tratamentos eficazes para prostatite bacteriana aguda e crônica.
Um tratamento de quatro a seis semanas com os medicamentos geralmente resolve o problema. No entanto, a resistência bacteriana às fluoroquinolonas é um problema crescente. Um medicamento mais antigo chamado fosfomicina pode ajudar se outros medicamentos deixarem de funcionar. Os níveis de PSA diminuem com o tratamento, embora esse processo possa levar de três a seis meses.
A SDPC é tratada de outras maneiras. Como não é causada por uma infecção bacteriana, a SDPC não responde a antibióticos. Os tratamentos médicos incluem anti-inflamatórios não esteroides, como ibuprofeno; alfabloqueadores, que relaxam os músculos tensos da próstata e do colo da bexiga; e medicamentos chamados inibidores da PDEF, que melhoram o fluxo sanguíneo para a próstata.
Tipos especializados de fisioterapia podem proporcionar algum alívio. Um método chamado terapia de pontos-gatilho, por exemplo, atua em áreas sensíveis dos músculos que sofrem espasmos e tensão.
Com outro método, chamado “liberação miofascial”, os fisioterapeutas podem reduzir a tensão nos tecidos conjuntivos que envolvem músculos e órgãos. Exercícios de Kegel, por outro lado, devem ser evitados porque podem contrair o assoalho pélvico e piorar os sintomas.
A acupuntura tem se mostrado promissora em ensaios clínicos. Um estudo publicado em 2023 demonstrou melhoras significativas nos sintomas da SDPC que duraram até seis meses após o término do tratamento.
Evidências crescentes sugerem que a SDPC deve ser tratada com estratégias que também considerem fatores psicológicos. Homens com o quadro frequentemente sofrem de depressão, ansiedade e outros problemas de saúde mental que podem exacerbar a percepção da dor. Técnicas como terapia cognitivo-comportamental para SDPC podem ajudar os pacientes a desenvolver estratégias eficazes de enfrentamento. (com informações de Estadão Conteúdo)