Sexta-feira, 06 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 31 de maio de 2025
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que o Supremo Tribunal Federal (STF) precisa se atentar ao que diz a Constituição de 1988 na relação com os demais Poderes da República e delimitar melhor a sua competência. Ele citou episódio em que a prefeitura comandada pelo pai do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), foi alvo de uma operação policial e atribuiu uma suposta mudança de postura do parlamentar a uma iniciativa do ministro Alexandre de Moraes.
Questionado sobre com ele acha que deveria ser o relacionamento entre o Poder Executivo, o STF e o Congresso Nacional, Eduardo afirmou: “É atender ali a nossa Carta de 1988. A Suprema Corte só atua nas causas constitucionais que são pertinentes a ela. Os próprios juízes do STF às vezes reclamam que são vários processos, têm muita coisa para julgar, mas eles também não delimitam a sua competência. O Congresso Nacional, por outro lado, hoje vive sob ameaça. Você viu o que aconteceu quando o presidente da Câmara, o Hugo Motta, foi eleito? A Polícia Federal fez uma operação contra a pequena prefeitura comandada pelo pai do Hugo Motta. Dias depois, ele teve um jantar com Alexandre de Moraes e, na sequência, mudou o seu discurso sobre o 8 de Janeiro. O STF se relaciona na base da extorsão com os outros poderes.”
Investigado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por suposta articulação de sanções internacionais contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, Eduardo Bolsonaro deu entrevista à revista Veja em Dallas, onde tem vivido os últimos meses nos Estados Unidos. Eduardo insistiu nas críticas a Moraes. Chamou o ministro de “tirano”, disse que ele comete “sucessivos abusos” e repetiu haver uma perseguição política em curso no Brasil, que o motivou a pedir licença do mandato e viajar para os EUA, onde tem feito articulações contra Moraes.
Eduardo ainda assumiu que pode ser candidato à Presidência em 2026, em substituição ao seu pai e ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inelegível até 2030 e alvo de uma ação penal no STF que pode levá-lo à prisão. “Se for uma missão dada pelo meu pai, vou cumprir”, afirmou.
Eduardo afirmou que é preciso “resgatar as liberdades” para que ele retorne ao Brasil. O deputado deixou o país sob justificativa de que poderia ser preso ao retornar, mas não havia evidências na época de que isso poderia ocorrer.
À época, o STF chegou a negar um pedido do PT para apreender o passaporte do parlamentar. Eduardo só passou a ser investigado recentemente, após Moraes autorizar abertura de inquérito contra ele por articular contra a Corte.
Para voltar para o Brasil, a gente tem que ter uma segurança mínima de um ambiente onde um deputado federal vai poder falar e não ser investigado, como eu estou sendo agora. A gente tem muita coisa para mudar. Primeiro, precisamos resgatar as liberdades. Depois, a gente tem que mudar um pouquinho as condições do Brasil, para que não seja mais o sonho da classe média ter um carro à prova de bala.