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Mundo Lula tenta, mas o presidente da França nega fazer acordo comercial

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A França se opõe à versão atual do acordo.

Foto: Ricardo Stuckert/PR
A França se opõe à versão atual do acordo. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que o líder francês Emmanuel Macron “abra o coração” e conclua o acordo de livre-comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.

“Meu caro Macron, abra um pouco o seu coração para essa possibilidade de concluir esse acordo com o nosso querido Mercosul. Esse acordo seria a melhor resposta que nossas regiões poderiam dar diante do contexto incerto criado pelo retorno do unilateralismo e do protecionismo tarifário”, declarou Lula, em entrevista coletiva no Palácio do Eliseu na França.

Paris se opõe à proposta discutida atualmente – enquanto outros países europeus, como Alemanha e Espanha, pressionam para a conclusão das tratativas.

“Assumirei a presidência do Mercosul por um mandato de seis meses. E gostaria de dizer uma coisa: não sairei da presidência do Mercosul sem um acordo com a União Europeia”, insistiu, antes de se dizer “otimista” quanto a um resultado positivo.

Pelo acordo em discussão, Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai permitiriam que a UE exportasse mais carros, máquinas e bebidas alcoólicas, em troca da entrada de carne, açúcar, arroz, mel e soja da América do Sul no mercado europeu.

A França se opõe à versão atual. “Este acordo, nesse momento estratégico, é bom para muitos setores grandes, mas comporta um risco para os agricultores europeus”, disse Macron, ao lado de Lula.

Em uma declaração conjunta, os ministros da Agricultura francês, húngaro e austríaco reiteraram ontem “suas fortes preocupações” com o acordo, que consideram “desequilibrado, em detrimento dos interesses agrícolas europeus”.

Na véspera da visita do presidente brasileiro, parlamentares franceses reuniram diversos setores agrícolas na Assembleia Nacional para reafirmar sua oposição ao acordo.

Jean-François Guihard, presidente da Associação Interprofissional da Pecuária e da Carne (Interbev), pediu a Macron que seja “extremamente firme” com Lula “para dizer que esse acordo não é possível”.

Mas a diplomacia brasileira defende que, em meio a uma guerra comercial imposta pelos Estados Unidos, “há um novo contexto internacional” que deve acelerar o fechamento do acordo.

Investimentos no Brasil

Nos próximos cinco anos, um grupo de 14 empresas francesas planeja investir cerca de R$ 100 bilhões no Brasil. A cifra foi divulgada pelo presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, durante o encerramento do Fórum Econômico Brasil-França, em Paris.

Viana disse que o valor foi anunciado ao presidente Lula durante reunião com os executivos dessas empresas, dentro da agenda de encontros da comitiva brasileira em sua visita oficial ao país.

O consolidado foi apresentado pelo presidente do conselho de administração da Engie, Jean-Pierre Clamadieu, que também integra o conselho da Business France, espécie de versão francesa da Apex. Com sede na França, a Engie está entre as maiores empresas privada de energia do Brasil.

Nas viagens ao exterior, o presidente tem buscado enfatizar o resultado comercial trazido por sua presença pessoal, como ocorreu na China, no mês passado. Marcaram presença em Paris nesta semana os empresários Marcos Molina, fundador da Marfrig, Wesley e Joesley Batista, da J&F Investimentos, e Rubens Ometto, do grupo Cosan, bem como executivos de empresas como Porto de Açu, BRF, Braskem, Vale, Engie, Schneider Electric, BB Seguridade e Caixa Seguridade. Ao encerrar o fórum, o presidente enfatizou o interesse de o Brasil reforçar os laços com a França.

Lula não citou os Estados Unidos ou a gestão de Donald Trump, que tem usado o aumento de tarifas numa nova escalada da guerra comercial global, mas afirmou que a economia não precisa de quem impõe taxação de forma desordenada. O presidente destacou a independência dos países.

“O mundo não tem dono, cada país é soberano e faz o que quiser”, afirmou.

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