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Política Eduardo Bolsonaro quer ser candidato à Presidência da República no lugar de seu pai; Tarcísio de Freitas tem a mesma ambição, mas precisa agir com cautela, não podendo fazer nenhum gesto que desagrade ao ex-presidente, seu padrinho político

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Políticos do grupo partidário chamaram as movimentações do governador de SP e do deputado licenciado (foto) de "Operação Tabajara". (Foto: Reprodução/YouTube)

A briga entre o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), recebeu críticas de representantes de partidos do Centrão. Nos bastidores do poder, as articulações políticas feitas pelos dois expoentes do bolsonarismo foram chamadas de “Operação Tabajara”.

O bate-boca virtual, na esteira do tarifaço de 50% imposto ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem por trás a disputa de 2026. Mas não é só isso: o que está em jogo nesse duelo é qual direita vai sobreviver às eleições.

Eduardo quer ser candidato à cadeira do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no lugar de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível até 2030 e, tudo indica, prestes a ser preso. Tarcísio tem a mesma ambição, mas precisa agir com cautela: não pode fazer nenhum gesto que desagrade ao ex-presidente, seu padrinho político.

Integrantes de partidos que compõem o Centrão, como o PP do senador Ciro Nogueira (PI), não escondem a preocupação com o desfecho desse confronto. Em conversas reservadas, políticos do grupo avaliam que Tarcísio deu um tiro no pé ao se reunir com o encarregado de Negócios da embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, em Brasília, e também ao procurar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir que a Corte devolvesse o passaporte a Bolsonaro.

O governador queria que o STF autorizasse Bolsonaro a viajar para os Estados Unidos sob o argumento de que, dessa forma, ele poderia convencer Trump a desistir da exorbitante taxa de 50% sobre produtos brasileiros. Eduardo aproveitou a derrapada de Tarcísio para apontar a artilharia contra ele. Em um dos posts, o filho “03” de Bolsonaro disse que o governador tem uma “subserviência servil às elites”.

“Maturidade”

Na última quarta (16), Eduardo admitiu que ficou desconfortável com a afirmação do pai, sobre ele não ser “tão maduro”. O ex-chefe do Executivo federal afirmou que, apesar de Eduardo ter 40 anos, não está “talhado” na política.

O comentário de Bolsonaro ocorreu durante entrevista ao Poder360, anteontem. Durante programa do youtuber Paulo Figueiredo, nos Estados Unidos, Eduardo reconheceu que a declaração do pai “causa desconforto”. “Para resolver a situação, eu entrei em contato com o meu pai. A gente bateu um papo, passamos, inclusive, pelo tema Tarcísio”, disse o deputado licenciado. “Mas ele valoriza o nosso trabalho aqui”, acrescentou.

Sobre a troca de farpas com o governador paulista, Eduardo afirmou que teve uma “longa e boa conversa” com Tarcísio, o que qualificou como “questão de maturidade”, e que ambos se entenderam.

“Sei que acabo incorrendo num risco, até de queimar o meu capital político, de sair com uma imagem de quem comprou briga com o Tarcísio e agora está desautorizando a sua própria base, voltando atrás.”

Entre os principais aliados, o deputado licenciado saiu, sim, com a imagem desgastada. Ciro Nogueira disse que o filho do ex-presidente tem o direito de fazer críticas, mas erra no seu posicionamento em relação a Tarcísio. “É um direito dele, mas é um erro. Eu divirjo completamente ( de Eduardo). Nenhum brasileiro pode aplaudir aumento de tarifa contra o nosso país”, afirmou em entrevista ao UOL.

No entendimento do presidente do PP, o governador de São Paulo está correto em tentar negociar as medidas impostas pelos americanos. “O governador jamais pode ser favorável a uma sobretaxa que vai prejudicar muito a indústria do Estado dele”, afirmou. Ciro Nogueira disse também que a “opinião pública” e as “pessoas com mais maturidade” não apoiam a tarifa

Enquanto a oposição se engalfinha, uma pesquisa divulgada pela Genial/Quaest animou o Palácio do Planalto. O levantamento indicou que, para 72% dos entrevistados, Trump está errado ao impor taxas ao Brasil por acreditar que há uma perseguição a Bolsonaro. Somente 19% disseram que o presidente dos EUA tem razão. Outros 9% não responderam ( mais informações nas págs. A10 e A11). De qualquer forma, os movimentos de Tarcísio para barrar a sanção americana serviram para provocar a ira de Eduardo.

“Com essa confusão danada dos Estados Unidos, vamos esperar a poeira baixar”, disse o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

“Nós também não íamos querer essa anistia meia-boca”, reagiu o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ). “Em agosto, com o governo sentindo no bolso a pressão, vamos ver se essa anistia sai ou não sai.”

O deputado defende Eduardo Bolsonaro na briga com Tarcísio. “É preciso deixar esse pepino do tarifaço no colo do Lula porque vai chegar uma hora em que ele terá de pedir ajuda para nós, da oposição”, afirmou Sóstenes.

Uma coisa, porém, é certa, segundo o líder do PL: Tarcísio não faz nada sem o aval de Bolsonaro. A pergunta que fica é: após a provável condenação do ex-presidente, quem dará as cartas na oposição? (Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)

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