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Por Redação O Sul | 12 de fevereiro de 2016
Pernambuco, Estado que lidera o ranking brasileiro de ataques de tubarões, com 62 incidentes e 23 mortes desde 1992, está há mais de um ano sem ações de monitoramento desses animais. O convênio entre a UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) e a Secretaria de Defesa Social do Estado para manutenção do projeto Protuba, que mantinha cinco pesquisadores para realizar captura, marcação e soltura dos peixes, foi encerrado em dezembro de 2014.
Em dez anos, o projeto capturou mais de 450 tubarões e realizou um trabalho de educação ambiental e preventivo, segundo o presidente do Cemit (Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões), coronel Clóvis Ramalho. Desde que o Protuba foi encerrado, Pernambuco registrou dois ataques, um em Olinda, onde os pesquisadores atuavam, e outro em Fernando de Noronha. Ambos ocorreram em 2015.
No mundo, a tendência é de alta no número de incidentes do tipo, segundo o Arquivo Internacional de Ataques de Tubarão, da Universidade da Flórida (EUA). Em 2015, houve 98 casos, com seis mortes, ante recorde anterior de 88 casos, em 2000.
Além do crescimento populacional, que aumenta a probabilidade de contato entre humanos e tubarões, os pesquisadores acreditam na influência do aquecimento dos oceanos. A doutora em oceanografia da UFRPE Rosângela Lessa vê com preocupação a falta de monitoramento. “É arriscado para o banhista. O projeto gerava conhecimento sobre as espécies.”