Terça-feira, 25 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de novembro de 2025
Segundo o documento aprovado pelo papa Leão XIV, fiéis devem buscar casamento com uma única pessoas para a vida toda
Foto: FreepikO Vaticano anunciou nesta terça-feira (25) que, para os católicos, um cônjuge basta para viverem felizes para sempre. Em um novo decreto aprovado pelo papa Leão XIV, o órgão máximo da doutrina do Vaticano orientou os 1,4 bilhão de católicos do mundo a buscarem o casamento com uma única pessoa para a vida toda e a não manterem relações sexuais múltiplas.
Criticando a prática da poligamia na África, inclusive entre membros da Igreja, o decreto reiterou a crença de que o casamento é um compromisso para toda a vida entre um homem e uma mulher.
O decreto, que não abordou relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo, focou no que chamou de “riqueza e fecundidade” do casamento tradicional. Encorajou os católicos a encontrarem um cônjuge e a se comprometerem com ele(a).
Casamento “exige exclusividade”
Segundo decreto, “todo casamento autêntico é uma união composta por duas pessoas, que requer uma relação tão íntima e totalizante que não pode ser compartilhada com outros.”
“Como o casamento é uma união entre duas pessoas que têm exatamente a mesma dignidade e os mesmos direitos, exige exclusividade”, afirma o Vaticano. A questão de como melhor aplicar os ensinamentos da Igreja sobre o matrimônio foi debatida em duas cúpulas do Vaticano, em 2023 e 2024, organizadas pelo falecido papa Francisco para discutir o futuro do catolicismo com centenas de cardeais e bispos.
A poligamia na África, onde muitos católicos praticam, há muito tempo, a existência de mais de um relacionamento estável, foi um tema de intenso debate nessas cúpulas.
Também foi discutida a ascensão de estruturas de relacionamento poliamorosas, em que indivíduos se relacionam com várias pessoas ao mesmo tempo, em alguns países ocidentais.
“A poligamia, o adultério ou o poliamor baseiam-se na ilusão de que a intensidade do relacionamento pode ser encontrada em uma sucessão de rostos”, diz o novo decreto. O documento não aborda o divórcio, que a Igreja não reconhece, pois considera o casamento um compromisso para toda a vida.
A Igreja, no entanto, possui um processo de anulação matrimonial, que avalia se os casamentos foram celebrados de forma válida e enfatiza que não se espera que os cônjuges permaneçam em relacionamentos abusivos.