Por Redação O Sul | 26 de novembro de 2025
George Clooney, Adam Sandler e Noah Baumbach entendem muito bem de fama, tema do novo filme deles, “Jay Kelly” (disponível no cinema e, a partir de 5 de dezembro, na Netflix). Clooney interpreta Jay, um astro de cinema que se manteve no topo por décadas com a ajuda de seu dedicado empresário, Ron (Sandler). Mas enquanto a filha caçula se prepara para a faculdade, ele percebe que mal esteve presente na vida dela e, quando é convidado para um festival na Itália, a acompanha pela Europa. Ao lado de Ron e sua própria crise de confiança, Jay precisa confrontar os sacrifícios que fez ao priorizar sua carreira.
“O tema universal deste filme não é sobre ser um astro de cinema”, disse Clooney. “É sobre praticamente todos que trabalham e os sacrifícios que fazem para alcançar o sucesso.”
Clooney era um ator de TV antes de “ER” catapultá-lo para o estrelato global e uma carreira cinematográfica de sucesso, enquanto “Saturday Night Live” ajudou a estabelecer Sandler como um astro de comédia no cinema e no streaming. Até mesmo a projeção de Baumbach cresceu substancialmente depois de dirigir “História de um casamento”, premiado com o Oscar, e coescrever “Barbie” com sua parceira, Greta Gerwig.
Para os três, “isso é algo que, em algum momento, muito jovens, iniciamos, certo?”, como disse Clooney:
“Tivemos que ter a audácia de pensar que poderíamos escrever algo, conseguir que fosse produzido e que as pessoas se importariam. É uma loucura achar que vai dar certo, e se der, você é o mais sortudo do mundo.”
Leia rechos da entrevista:
1) Como você imaginava que seria a fama antes de tê-la?
George Clooney: Eu a via do ponto de vista da minha tia (a cantora Rosemary Clooney). Ela era uma estrela de Hollywood nos anos 1950, mas depois a música pop mudou e ela perdeu tudo. Não lidou bem e desperdiçou cerca de 30 anos com drogas e bebida, bastante revoltada com a vida. Então, pude ver a fama pelo lado negativo. É uma grande lição porque você entende o quão pouco a fama tem a ver com você e que não existe sucesso sem uma quantidade enorme de fracassos. Adam, quantas audições você fez antes de conseguir um papel?
Adam Sandler: Inúmeras. Mas isso nunca me atrapalhou. Porque eu era jovem e pensava: “Certo, continue. Vá, vá, até acontecer.”
Clooney: Para a maioria das pessoas, o primeiro “não” é devastador. A diferença no que fazemos para viver é que o produto que você vende é você mesmo — não é uma coleção de enciclopédias. Então, quando dizem “Não, obrigado”, é algo pessoal. Você precisa ter a pele grossa o suficiente para dizer: “Vou tentar de novo.”
2) Adam, você foi contratado pelo “SNL” apenas dois anos depois da faculdade. Como é a fama precoce?
Sandler: Era tudo o que eu queria. Entrei na MTV quando tinha 18 anos. Comecei a andar por Nova York e as pessoas diziam: “E aí, cara!” Elas nem sempre sabiam o meu nome.
Clooney: Quando me mudei para Los Angeles, meu primo Miguel era melhor amigo do Shaun Cassidy, que tinha acabado de sair de “Os irmãos Hardy”. Ele dizia: “Vamos lá, rapazes, vamos ao shopping e ficar famosos.” E você ia e todo mundo… O público vibrava e gritava. Eu pensava: “Meu Deus, isso é demais!”
Sandler: Eu buscava isso quando era jovem. Lembro de ter contado aos meus pais que alguém me reconheceu, e meu pai perguntou: “Isso te fez sentir bem?” Eu respondi: “Sim!”
3) Qual é a desvantagem disso?
Sandler: Às vezes você sente que precisa reagir de uma certa maneira em público por causa da imagem que as pessoas têm de você. Então, se erro alguma coisa, a pessoa fica com uma cara de “O que diabos aconteceu? Eu não imaginava que o Adam fosse se comportar assim.”
Estranhos costumam dizer: “Conte uma piada, seja engraçado”?
Clooney: Os comediantes não são conhecidos por serem as pessoas mais felizes quando não estão no palco.
Sandler: É verdade. Não há garantia de que você vai ver o nosso melhor.
