Quinta-feira, 26 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 1 de março de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Há exatos dez anos, o período letivo nas escolas da rede estadual começou com impasse. O secretário da Educação, José Fortunati, assegurou que haveria tranquilidade e segurança para 1 milhão e 450 mil alunos das 3 mil escolas da rede.
“Estamos preparados para receber as crianças e os pais devem levar seus filhos tranquilamente”, afirmou.
Na contramão, a presidente do Cpers/Sindicato, Simone Goldschmidt, reforçou o pedido para que os pais não conduzissem seus filhos às escolas.
“O Cpers não tem poder de decretar se haverá ou não aula”, declarou o secretário. Mesmo respeitando o movimento grevista, Fortunati reiterou o apelo para que os profissionais da Educação aguardassem até maio pelo anúncio de um reajuste.
Para a dirigente sindical, o secretário estava no seu papel, tentando passar um clima de normalidade que não existia. Ela destacou que, dos 13 núcleos que informaram ao Cpers o resultado das assembléias regionais, apenas o de Montenegro e o de Estrela eram contrários à greve.
As circunstâncias e as declarações de 2006 são quase as mesmas agora. Mudam apenas os nomes do secretário e da presidente do Cpers/Sindicato. A diferença é que o governo Sartori não dará nenhum reajuste este ano.
A 2 de março de 2002, a manchete dos jornais tinha sido: “Escolas não funcionam e magistério decide se mantém paralisação”.
Com pequenas variações, repetiu-se a cada começo de ano, desde 1979, quando o governador Amaral de Souza recém tinha assumido, enfrentando uma greve.
Após longas paralisações, o que o magistério conseguiu ficou aquém do desejado.
VEM DE LONGE
Há mais de 30 anos, as finanças do Estado se deterioram e hoje não é possível atender às reivindicações do magistério, que irá ao Judiciário buscar, pelo menos, a reposição do piso nacional. Isso encaminha para um rombo nas contas do governo, futuramente, mas a categoria busca o que está na lei.
Para que encontrar alguma solução, não dá para deixar que o debate ocorra só em cima da hora. Deve ser criado um fórum, com a participação dos diretamente interessados e da sociedade, para tratar do problema ao longo do ano. Sem diálogo, os alunos pagam o pato com a recuperação apressada de aulas perdidas.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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