Segunda-feira, 19 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 9 de março de 2016
Uma nova imagem pode ajudar cientistas a revelarem o mistério de como Fobos, a maior das duas luas de Marte, foi formada. Os dados foram coletados por um espectrógrafo ultravioleta a bordo da sonda Maven (acrônimo para Mars Atmosphere and Volatile Evolution) a apenas 300 quilômetros de distância, e vai permitir a análise da composição química do satélite.
“As imagens vão permitir que cientistas possam avaliar melhor a composição deste enigmático objeto, cuja origem é desconhecida”, afirmou a Nasa (agência espacial americana), através de um comunicado.
O espectrograma revelado pela sonda Maven mostra tons alaranjados de raios ultravioletas médios da luz solar refletida na superfície de Fobos, expondo o formato irregular e as múltiplas crateras do satélite. O azul mostra raios ultravioletas longínquos, do hidrogênio espalhado na atmosfera superior de Marte.
Comparando imagens e o espectrograma da superfície de Fobos, com dados similares de asteroides e meteoritos, os cientistas pretendem compreender a origem do satélite, se ele foi capturado pela gravidade ou formado na órbita do planeta. A análise dos dados também vai ajudar os pesquisadores na busca por moléculas orgânicas em Fobos, cujos indícios foram apontados em medições anteriores da espaçonave Mars Express.
Fobos tem diâmetro aproximado de 26 quilômetros, mas é sua órbita ao redor de Marte que chama atenção. É o satélite natural mais próximo ao planeta que circunda em todo o Sistema Solar, a apenas 6 mil quilômetros da superfície marciana. A proximidade é tão grande que ele atravessa a fina atmosfera do planeta. No futuro, Fobos deve se chocar com Marte, já que ele se aproxima cerca de 2 metros a cada século.
Um novo estudo sobre o planeta vermelho revelou ainda que, há mais de 3 bilhões de anos, a superfície de Marte deslizou sobre seu núcleo, mudando rios e calotas polares de lugar. Geomorfólogos, geofísicos e climatologistas participaram da pesquisa.
O responsável por esta importante mudança de 20 a 25 graus é o cone vulcânico de Tharsis, um gigante mais de dez mil vezes maior que o maior vulcão da Terra (e isso porque Marte é oito vezes menos volumoso que nosso planeta). De acordo com o estudo, por sua massa fora do comum, o vulcão provocou a rotação das camadas superficiais de Marte – sua crosta e seu manto – em torno do núcleo.
“Foi um fenômeno que durou dezenas de milhões de anos”, destacou Sylvain Bouley, especialista em relevo dos planetas. Segundo os especialistas, a conclusão oferece uma resposta única a alguns mistérios do planeta vermelho. Os cientistas se interrogavam sobre a posição de alguns reservatórios subterrâneos de gelo que se situam longe dos polos do planeta. A existência do gigantesco vulcão parece ter apontado uma resposta.