Quarta-feira, 21 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 15 de março de 2016
A empresa de segurança Kaspersky Lab detectou em 2015 um total de 884.774 novos malwares, os softwares maliciosos que complicam a vida dos usuários de dispositivos móveis. O número é três vezes o registrado pela empresa em 2014: 295.539.
E, entre as novas ameaças, a companhia citou um trojan – nome dado a programas maliciosos disfarçados de legítimos – chamado Triada, cujo alvo são os dispositivos que usam o sistema operacional Android.
Dada a sua complexidade, os especialistas o comparam a malwares criados para atacar o Windows. “É sigiloso, modular, persistente e foi criado por cibercriminosos muito profissionais”, disse a Kaspersky Lab em seu site. “Os dispositivos que usam as versões 4.4.4 e anteriores de Android OS estão em risco”, completou.
De acordo com o informe da empresa, cerca da metade dos 20 principais trojans em 2015 eram programas maliciosos “com habilidade de conseguir direitos de acesso de superusuário”.
Esses direitos dão aos hackers o privilégio de instalar aplicativos e programas em smartphones de uma pessoa sem que ela saiba. Existem 11 “famílias de trojan móveis” que usam esses privilégios. “Três deles – Ztorg, Gorpo e Leech – atuam em cooperação mútua”, revela.
Em 2015, 94.344 usuários únicos foram atacados por um vírus ransomware, um programa que se instala rapidamente em seu celular e bloqueia o acesso ao usuário como se sequestrasse seus arquivos. Para recuperar o acesso, é preciso pagar um resgate.
O número é cinco vezes o de 2014, quando foram reportados 18.478 casos, informou a empresa.
A reportagem consultou vários especialistas sobre o que pode ser feito para proteger nossos telefones de ataque cibernéticos. Apresentamos aqui algumas recomendações para você ter cuidado na hora de usar o seu aparelho.
Não seja um “hacker” do próprio telefone.
O especialista em segurança informática Luis Enrique Corredera recomenda não rotear (ou fazer root) seu celular. Esse termo é conhecido dos usuários de Android e consiste em conseguir acessar o sistema do telefone para fazer mudanças profundas.
Para os usuários de iOS, a mesma atividade é conhecida como jailbreaking, que, em inglês, significa fuga.
E é precisamente esse o primeiro conselho que a Kaspersky Lab deu quando perguntada sobre formas de cuidar dos dispositivos móveis.
“Evite o ‘jailbreaking’ do telefone”, disse Fabio Assolini, analista de segurança da empresa. “Seu smartphone passa a ser um objetivo maior para agentes maliciosos quando você o ‘hackeia’ para baixar aplicativos de outros sistemas operacionais ou mudar a operadora de telefonia”, acrescentou.
Pense no pior.
Há uma medida com a qual todos os especialistas parecem concordar: use o senso comum. Ou ainda: pense no pior que pode acontecer.
Segure o dedo antes de clicar em uma janela que, por exemplo, pede acesso à configuração de seu celular ou convida a instalar um programa.
Para Corredera, é importante “evitar aplicativos que não sejam de lojas oficiais ou de fontes confiáveis, nem reagir apressadamente a mensagens que simulam anúncios de antivírus que supostamente detectaram um problema e nos pedem para fazer uma análise”.
O Kaspersky Lab também recomenda não abrir arquivos anexados a e-mails em seu telefone. “Assim como um malware para computadores, arquivos anexos em celulares podem conter programas maliciosos”, diz a empresa.
Instale um “doberman”.
Assim como muitas pessoas gostariam de instalar três fechaduras, duas grades, alarme e ter um cão de raça doberman na porta de nossas casas, o mesmo deve ser feito com o celular.
“Bloqueie o acesso a seu dispositivo móvel com uma senha forte para evitar que pessoas não autorizadas tenham acesso a sua lista de contatos, fotos pessoais, aplicativos e e-mails”, indica Kaspersky Lab. Instalar um programa antimalware também é importante.
Veja o que os outros fazem.
O engenheiro de sistemas Antonio Navas, que tem ampla experiência em desenvolvimento de aplicativos móveis, acredita que, na hora de baixar, é preciso se certificar de que sejam aplicativos conhecidos.
“Devem ser aplicativos que tenham muitas resenhas e que sejam usados por muitos usuários. É preciso ter cuidado principalmente com jogos ou aplicativos que prometem bloquear, por exemplo, anúncios”, afirma.