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Saúde Tratamento criado há um século ganha força no combate ao câncer

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John Ryan começou o tratamento com nivolumab em 2013 e se sente bem hoje. Crédito: Reprodução

Tratamentos que fortalecem sistema imunológico apresentam resultados promissores. Em um hospital de Nova York (EUA), na virada do século 20, o médico William B. Coley observou que quando alguns pacientes de câncer contraíam infecções bacterianas agudas, os tumores diminuíam significativamente. Convencido de que a redução estava de alguma forma ligada às infecções, o americano, hoje considerado o pai da imunoterapia, deu um passo ousado. Injetou bactérias nos pacientes para estimular uma infecção bacteriana. O trabalho era promissor, no entanto os resultados ainda eram inconsistentes, e os avanços nos tratamentos cirúrgicos e por radiação colocaram-no de escanteio, como relata a literatura médica.

Hoje, porém, o tratamento ganha força e é uma das principais discussões do Asco (Congresso Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, na sigla em inglês), em Chicago, nos Estados Unidos. As células cancerosas se originam de tecidos do corpo que têm DNA danificado e, portanto, crescem fora de controle. Essas células podem enganar o sistema imunológico.

A imunoterapia utiliza diferentes maneiras de reverter esse truque, permitindo que o sistema imunológico responda como deveria e ataque o câncer. Recentes avanços têm sido feitos especificamente para o tratamento do melanoma e do câncer da próstata, e começaram a ser promissores no tratamento do pulmão, do rim, do colo do útero, da cabeça e do pescoço, e vários outros tipos da enfermidade.

Em um dos estudos apresentados na reunião anual comparando a quimioterapia padrão com a droga imunoterápica nivolumab, os pesquisadores descobriram que pessoas com câncer de pulmão não-escamoso, forma comum da doença, que receberam o medicamento viviam, em média, 3,2 meses a mais do que aqueles que receberam quimioterapia. Os resultados da pesquisa, publicados no New England Journal of Medicine, também mostraram que, após um ano, o grupo do nivolumab teve quase o dobro da taxa de sobrevivência (42%) do que os pacientes de quimioterapia (24%).
Comunicação entre células.
A nivolumab é um medicamento de um grupo dos chamados “inibidores de checkpoint”, que funcionam por ruptura de um sistema de sinalização utilizado por cânceres para evitar a detecção e a destruição por células do sistema imunológico.
“Esse é apenas um dos vários canais de comunicação entre essas células, assim, várias outras estratégias podem ser criadas para ajudar ainda mais o sistema imune”, afirmou o oncologista e pesquisador Daniel Herchenhorn.
Participante de um estudo realizado com a droga, John Ryan, morador do Estado da Virgínia (EUA), foi diagnosticado com câncer de pulmão incurável há dois anos e recebeu a informação de que ele não viveria para ver a graduação da faculdade de seu filho. Os tratamentos padrões o deixaram exausto, propenso a infecções, e pouco fizeram para diminuir o tumor. Em outubro de 2013, ele começou o tratamento com nivolumab.

Três meses depois, seu tumor tinha sido reduzido em cerca de dois terços e ele se sentiu bem o suficiente para ajudar o filho a cortar uma grande árvore para fazer lenha.
O remédio foi aprovado em março para uma forma menos comum de câncer de pulmão, e no ano passado para o melanoma. Duas outras imunoterapias estão aprovadas para melanoma: Keytruda e Yervoy. A comparação da ação terapêutica do nivolumab, isoladamente ou em combinação com ipilimumab (Yervoy), mostram que a ação conjunta de ambas as terapias foi “significativamente mais eficaz do que o ipilimumab sozinho”.

Até agora, o ipilimumab e o nivolumab foram aprovados pela FDA (Food and Drug Administration, a agência que regulamenta medicamentos e alimentos nos Estados Unidos) apenas para tratar separadamente melanomas metastáticos inoperáveis ou avançados que não respondem aos tratamentos convencionais. No Brasil, algumas drogas imunoterápica também já estão disponíveis para melanoma. (AG)

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https://www.osul.com.br/tratamento-criado-ha-um-seculo-ganha-forca-no-combate-ao-cancer/ Tratamento criado há um século ganha força no combate ao câncer 2015-06-04
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