Domingo, 05 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 25 de maio de 2016
A história da apresentadora Ana Hickmann, feita refém por um fã obcecado em um episódio que terminou com a morte do sequestrador, pode ter sido um caso de delírio psicótico, segundo especialistas. Rodrigo Augusto de Pádua, 30 anos, tinha perfis nas redes sociais inteiramente devotados à Ana, com quem ele talvez acreditasse manter uma relação.
“Na maioria das vezes, o caso de perseguição às celebridades é motivado por um transtorno mental, sobretudo psicótico. Entre 80% e 90% dos casos de perseguição a famosos, há a presença desse transtorno”, diz o psiquiatra Daniel Martins de Barros.
“E há também o que se chama de erotomania: quando a pessoa tem a crença, sem nenhuma correspondência necessária com a realidade, de que possui envolvimento romântico com uma figura de posição mais elevada, de maior poder ou projeção. E ela ‘confirma’ esse delírio a partir de uma percepção distorcida da realidade. A personalidade pisca na TV e ela pensa que é para ela, ou publica algo nas redes sociais e a pessoa pensa que é direcionado a ela, por exemplo.”
Psicopatia.
À Ana, Pádua teria se queixado de ter sido abandonado por ela. Para ele, a apresentadora teria alimentado a sua paixão pelas redes sociais e depois o deixado de lado. “Ele olhava para mim com um ódio muito grande”, contou Ana. “Ele deixou bem claro que pelo fato de eu não ser dele eu não seria de mais ninguém.”
Conforme o psiquiatra Jacob Pinheiro Goldberg, não há dúvidas de que Pádua era um psicopata. “Ele construiu uma mulher ideal, mas que só existia no imaginário dele. Em um determinado instante, entrou em surto. Percebeu que essa imagem não poderia ser trazida para o concreto.”