Segunda-feira, 25 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 29 de maio de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
No começo do ano passado, o governo do Rio Grande do Sul foi o primeiro a chegar ao fundo do poço. Ontem, a Folha de São Paulo trouxe como manchete: “Queda na arrecadação deixa Estados mais estrangulados”.
Em um trecho, relata:
“Levantamento feito pela Folha aponta que praticamente todos os governadores enfrentam hoje algum tipo de fragilidade fiscal, seja queda de receita, contas no vermelho, endividamento ou gastos com pessoal em excesso.”
Logo abaixo, há um gráfico, mostrando que o Rio Grande do Sul é o Estado mais endividado do País. O valor corresponde a duas receitas anuais de impostos.
SITUAÇÃO VERGONHOSA
Os governos deixarão dívidas imensas. O dinheiro para pagar a conta virá dos futuros contribuintes, sejam trabalhadores ou empresários. Estarão condenados a isso. Além da questão econômica, há um aspecto ético. Sem terem provocado o rombo, haverá menos condições de acumular patrimônio, porque a carga tributária, fatalmente, será mais elevada do que a de hoje.
EM BAIXA
O jornal O Estado de São Paulo, ontem, também trouxe notícias pouco alentadoras. A primeira: “Seis em cada dez cidades vão fechar o ano com rombo nas contas”. A segunda: “900 mil famílias caem de classe social em um ano.”
LIVRE ESCOLHA
O diretório nacional do PDT se reunirá amanhã no Rio de Janeiro para decidir se dá um tiro no pé ou a volta por cima. A eventual expulsão dos seis deputados federais, que votaram a favor do impeachment, reduzirá a bancada a 13 integrantes. Na década de 1990, eram 45.
OUTROS TEMPOS
Em 1957, Carlos Lacerda foi atacado por um adversário na tribuna da Câmara: “Vossa Excelência tem a fama de assaltar a honra alheia, de roubar a honra alheia.” No microfone de apartes veio a resposta: “Então, o nobre deputado não tem por que se preocupar”.
Hoje, no Parlamento, honra é produto um tanto quanto escasso e não existe a inteligência de Lacerda.
COMEÇO DA QUEDA
A 29 de maio do ano passado, os jornais publicaram em manchete que o Produto Interno Bruto tinha caído 0,2 por cento, apontando ciclo recessivo no País. Levantamento do IBGE comprovava a degradação simultânea de outros indicadores de atividade. Joaquim Levy chegava ao quinto mês como ministro da Fazenda sem conseguir mudar o cenário. O boicote do PT ao banqueiro licenciado estava em plena marcha.
AGUARDEMOS
Dentro de pouco tempo, a mesa diretora vai instruir as telefonistas a dizerem: “Você ligou para a Câmara dos Deputados. Para sua segurança, esta ligação não será gravada”.
RÁPIDAS
* A dívida do governo do Rio Grande do Sul anda pelos 52 bilhões de reais. A do Rio de Janeiro, que recebe royalties do petróleo, vai a 99 bilhões.
* A inflação é a forma mais fácil e injusta de aplicar calote nos assalariados.
* Vem aí a tradicional temporada da prática do favorzinho em troca de votos. Para muitos, as eleições deveriam ocorrer uma vez por ano.
* Manuais de campanhas devem alertar candidatos: o que uma pesquisa traz a outra pode levar.
* O zelo com dinheiro público tentou andar por Brasília. Logo que começou caiu em um buraco.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.