Por Redação O Sul | 24 de agosto de 2016
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, defendeu nesta quarta (24) a apuração sobre o vazamento de informações sobre suposta delação premiada do empresário José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, que citou o ministro Dias Toffoli.
“O vazamento, eu não consigo imaginar que parta do Ministério Público. Precisamos apurar, porque é algo que conflita com a lei regedora da colaboração premiada e verificar como houve esse vazamento. Certamente o vazamento não partiu da revista ‘Veja'”, disse o ministro antes da sessão do plenário.
Segundo a “Veja”, Léo Pinheiro disse que indicou serviços para obra na casa do ministro Toffoli e que tinha relação de proximidade com o magistrado. O ministro Gilmar Mendes insinuou que o vazamento partiu do Ministério Público, e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, rebateu, negando que tenha partido do MP.
Marco Aurélio comentou que há “descompassos” em relação ao MP e ao Judiciário. “Os descompassos estão muito potencializados. É hora de pensarmos acima de tudo no fortalecimento das instituições e me refiro não só à polícia, ao Ministério Público, como também oa Judiciário.”
“Sandálias da humildade”
Nesta terça-feira (23), Gilmar Mendes defendeu uma investigação sobre os próprios investigadores da Operação Lava Jato e disse que os procuradores da República precisam calçar “sandálias da humildade” e não podem se achar o “ó do borogodó” por receberem atenção da imprensa.
Ele deu a declaração ao criticar o vazamento sobre as negociações de delação de Léo Pinheiro. Para Mendes, o caso é “uma prática bastante constante e eu acho que é um caso típico de abuso de autoridade e isso precisa ser examinado com toda cautela”. (AG)
