Quarta-feira, 05 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de junho de 2015
Enfurecidos com a viagem frustrada feita à Venezuela na quinta-feira (18), os senadores de oposição brasileiros pedirão oficialmente a exclusão do país de Nicolás Maduro do Mercosul, a partir da exigência do cumprimento da cláusula democrática que baseia os acordos do bloco.
Os senadores pretendem solicitar ao governo brasileiro que requeira ao Conselho do Mercado Comum, órgão responsável pelo processo de integração do bloco, a adoção de medidas contra a Venezuela, que poderá ser considerada um Estado violador dos acordos de manutenção do princípio democrático. As punições podem variar de uma suspensão até a exclusão do país do bloco.
“Se existia alguma dúvida sobre aquilo que prevalece na Venezuela, os oito senadores de diversos partidos voltam para dizer: não há qualquer dúvida de que a Venezuela não vive uma democracia. Os oposicionistas são aterrorizados, alguns deles presos, as pessoas que discordam do governo na rua são afrontadas e aqueles que querem se manifestar, como nós fizemos, são impedidos”, afirmou Aécio Neves (PSDB-MG) na manhã desta sexta-feira (19).
Ele e os outro sete senadores que viajaram ao país vizinho se reuniram no Senado. “É preciso que o Brasil, fazendo valer a sua tradição de país democrata, não se submeta a acordos de viés ideológico que, na verdade, vêm trazendo prejuízo à Venezuela, mas podem no futuro trazer ao Brasil”, completou o senador.
Para o tucano, houve uma ação deliberada tanto por parte do governo venezuelano quanto por parte do governo brasileiro para impedir que a comitiva conseguisse sair do aeroporto de Caracas e chegasse ao presídio de Ramo Verde, onde tentariam visitar o opositor Leopoldo López, detido há mais de um ano acusado de instigar protestos contra o governo.
A comitiva ficou presa em um engarrafamento na saída do terminal e o veículo onde os senadores estavam foi cercado por dezenas de partidários do governo, que bateram no veículo gritando: “Chávez não morreu, multiplicou-se”, em referência ao ex-presidente Hugo Chávez, morto em 2013. (Folhapress)