Por Redação O Sul | 9 de maio de 2017
Para fechar o Painel de Educação do Sistema Etapa ocorrido na manhã de hoje em Porto Alegre, o professor e coordenador da Assessoria Técnica-Pedagógica do Sistema Etapa, Eugênio Arsenovicz, apresentou estratégias e técnicas testadas na prática escolar para utilização da metacognição.
A metacognição é algo razoavelmente novo e muito falado atualmente na pedagogia, porém nem sempre bem aplicado. Por definição, metacognição é o “conhecimento que as pessoas têm sobre seus processos de aprendizagem e a habilidade de controlar esses processos, monitorando, organizando e modificando-os para realizar objetivos concreto.” Segundo um estudo mundial do Education Endowment Foundation, uma das iniciativas com menor custo e melhor resultado para otimizar os resultados escolares é a aplicação de estratégias metacognitivas, apresentando ganhos médios de oito meses de desenvolvimento em relação a turmas sem essas estratégias.
Eugênio apresentou técnicas de aprendizagem metacognitivas com alto e médio impacto. As de alto impacto são duas: distribuir os estudos ao longo do tempo, e fazer provas e simulados. As técnicas de médio impacto são intercalar estudos, elaborar sua versão própria do tema, e questionar o conhecimento, priorizando a interação do aluno com os professores.
Dentro dessa lógica, não é possível o aluno atingir os melhores resultados somente com as aulas, mas ele precisa se organizar para estudar em casa, sendo papel da escola auxiliá-lo nessa organização. O Sistema Etapa tem como uma das iniciativas a realização de provas semanais para fazer com que os alunos estudem um pouco todos os dias. “Já que os alunos tendem a estudar na véspera da prova, aumentamos as vésperas”, explica Eugênio. Segundo ele, é preciso entender as características de cada aluno e auxilia-lo a ajustar sua rotina de estudo, que também deve incluir a prática de atividades esportivas e lazer, paradas criativas e momentos de descanso.
Ele comentou ainda sobre a importância do diagnóstico comparativo, no qual a escola avalia o resultado de cada aluno segmentado por temas dentro das disciplinas. Quando isso é feito semanalmente, é possível ajustar o conteúdo rapidamente para que os alunos possam reduzir o déficit de conhecimento específico, sem ter que aguardar o final do bimestre. Ao mesmo tempo, a escola consegue investir no professor para ajustar seus deficiências e favorecer a qualidade de ensino. “Um ano de aulas com os professores que apresentam os 10% melhores resultados acadêmicos de seus alunos corresponde a um ano e meio de aula com os professores na média”, afirma. Significa que melhorar o desempenho do professor é melhorar o aprendizado da turma toda e pode ser aplicado em qualquer instituição de ensino.
