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Por Redação O Sul | 8 de junho de 2017
A possibilidade de rompimento do PSDB com o governo Michel Temer, na próxima segunda-feira, levou o comando do PMDB a se reunir na manhã desta quinta-feira e mandar um recado duro para o comando tucano: se houver o desembarque, o PMDB não irá apoiar um candidato tucano em 2018 ou em uma eleição indireta, caso Temer seja afastado em algum momento. Irritada, a cúpula tucana devolveu, avisando que a ameaça “foi um tiro no pé”, “um gol contra” que só irritou ainda mais a bancada de deputados do PSDB que pressiona pelo rompimento.
O rompimento da aliança PMDB/PSDB deve complicar também o encaminhamento do processo de afastamento do senador Aécio Neves (MG), no Conselho de Ética do Senado, dominado pelos peemedebistas. Um dos caciques peemedebistas disse que Aécio “foi jogado fora por eles” no primeiro dia.
“É o jogo por quem sabe jogar”, declarou um dos dirigentes do PMDB após a reunião. O recado que mais irritou os tucanos foi mandato pelo presidente do PMDB e líder do Governo no Senado, Romero Jucá (RR). Em declaração ao jornal Folha de São Paulo, Jucá disse que “ se o PSDB deixar hoje a base vai ficar muito difícil de o PMDB apoiá-los nas eleições de 2018. Política é feita de reciprocidade”.
“Acho que ameaças não ajudam no entendimento entre partidos, ainda mais quando veem do presidente de partido e homem de confiança de Temer”, reagiu o secretário geral do PSDB, deputado Silvio Torres (SP).
O PMDB também não está engolindo o fato de os advogados do PSDB no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) continuarem sustentando o pedido de cassação de Michel Temer. Coincidentemente, enquanto Jucá mandava o recado da possibilidade de rompimento da aliança em 2018, o advogado tucano, José Eduardo Alckmin, defendeu hoje a inclusão de todas as provas no julgamento do processo – inclusive as delações de executivos da Odebrecht e dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura.
Essa posição contrária à adotada pela defesa de Michel Temer no TSE.