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Por Redação O Sul | 16 de junho de 2017
“Neste programa, o nosso grupo executa obras originais para a formação de trio de madeiras guarnecidas por arranjos de música barroca e brasileira”, comenta Augusto Maurer, clarinetista. A primeira música do recital é “Cânone Perpétuo da Oferenda Musical”, de Bach (1685-1750). Depois, “Fragments”, do polonês naturalizado norte-americano Muczynski (1929-2010), é interpretada, seguida pelo “Trio” de Hofmann (1929-2011). Augusto conta a história dessa peça: “Ela é fruto de uma extensa parceria entre o compositor e o Trio de Madeiras que resultou, inclusive, na criação de seu Concertino Tríplice, composto para o aniversário de 20 anos do grupo”.
Na sequência, ganha destaque o “Trio” escrito pelo carioca Guerra Peixe (1914-1993). “O compositor oscilou, durante toda sua carreira, entre uma vigorosa estética nacionalista e os ensinamentos de Hans-Joachim Koellreuter, principal promotor e divulgador, no Brasil, das inovações da vanguarda europeia de então. Seu ‘Trio’ reflete esta tendência ao apresentar danças estilizadas do nordeste brasileiro numa linguagem tonal provocativa”, explica Augusto. A apresentação termina com adaptações do conjunto para duas peças de Ernesto Nazareth (1863-1934): “Bambino” e “Brejeiro”.
Fundado em 1984, o Trio de Madeiras de Porto Alegre é um conjunto de câmara formado por flauta transversal, clarineta e fagote. Tem o objetivo de divulgar a música composta para esta formação, incentivando a criação e execução de novas obras. Com amplo repertório, executa peças originais de diferentes períodos e estilos e arranjos especialmente compostos para o conjunto.
Leonardo Loureiro Winter (flauta transversal), Augusto Fonseca Maurer (clarineta) e Adolfo Almeida Jr. (fagote), os integrantes, possuem destacada atuação profissional: são músicos da Ospa, professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Conservatório Pablo Komlós (Escola de Música da Ospa). Vencedor de diversos prêmios, como o Açorianos de Música, o Trio vem se apresentando em recitais e concertos no Brasil e exterior.
Lançada no ano passado, a série Música no Museu foi criada para institucionalizar a presença da música de câmara na programação da Ospa. Ela leva ao público repertórios para formações menos numerosas em relação à orquestra, além da produção de compositores que escrevem especificamente para essas formações. Em Porto Alegre, os encontros são promovidos uma vez por mês em parceria com o MARGS. O objetivo da série é também aproximar música, artes visuais e história em um espaço tradicional da cidade dedicado à preservação da nossa história cultural. Uma das novidades deste ano é a apresentação do grupo “Ospa Música Nova”.
Dica – Quem for ao recital poderá apreciar também, além de “Pro Posições: exposição comemorativa dos 25 anos do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do Instituto de Artes da UFRGS”, as mostras “Redes”, por Tonico Alvares, “Uma Possível História da Arte do Rio Grande do Sul: Plural[ismos] no sul” , “Marilice Corona – entre o acervo e o eStúdio”, “No eStúdio – mostra coletiva do Studio P” e “TRAÇO SOLTO – Trânsitos da Arte Naif no Acervo do Margas”. No Bistrô, está em cartaz “POA 81”, de Flávio Wild.
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