Quarta-feira, 19 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de agosto de 2017
O presidente do BC (Banco Central), Ilan Goldfajn, afirmou nesta quinta-feira (03) que a economia brasileira ainda está fraca, apesar de em recuperação, com elementos que ainda precisam se fortalecer, como o emprego, um dos pontos que ajudam no processo de redução da taxa de juros.
“O que estamos observando é a recuperação do crescimento de forma gradual”, afirmou Goldfajn, acrescentando que, para 2018, a economia pode ter expansão de em torno de 2%. “À medida que a economia se recuperar, a inflação vai subir um pouquinho e isso permite que a gente continue o processo de queda de juros”, disse.
Taxa de juros
Segundo o presidente do BC, a melhora nas contas públicas e as reformas do governo devem manter as expectativas da queda de juros. “Dependendo das previsões, a gente poderia manter o ritmo que vínhamos adotando. Mas isso depende das condições da economia, da expectativa de quanto vai chegar os juros no final”, disse. Atualmente, a taxa básica de juros da economia está em 9,25% ao ano.
Na quarta-feira (26), o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu, por unanimidade, baixar os juros básicos da economia brasileira de 10,25% para 9,25% ao ano. Esse foi o sétimo corte seguido na taxa Selic.
Ritmo
Com a decisão, que confirmou a expectativa dos economistas do mercado financeiro, o BC manteve o ritmo de redução de um ponto percentual verificado na última reunião, realizada no fim de maio. Em 9,25% ao ano, os juros recuam ao patamar de um dígito, algo que não acontecia desde o final de 2013, ou seja, em quase quatro anos.
Previsão
A previsão dos economistas das instituições financeiras é de que a taxa básica de juros continue a recuar nos próximos meses e chegue a 8% ao ano no final de 2017, permanecendo neste patamar até 2021.
BNDES
O presidente do BC defendeu ainda a TLP (Taxa de Longo Prazo), que deverá substituir a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) nos empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social). A ideia é reduzir o custo com subsídios de crédito e deixar a taxa mais próxima da do Tesouro Nacional. Segundo ele, o objetivo é “democratizar a taxa de juros no Brasil”, ajudando a “ter uma taxa de empréstimo mais barata para todo mundo”.
Tesouro
Atualmente, a TJLP é definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) trimestralmente e está em 7%. Se a taxa fica distante da Selic, maior é o gasto do Tesouro Nacional com subsídios para as operações de crédito. “Quando a Selic cai, alguns meses depois nós temos taxas dos bancos caindo também”, disse. (AG)