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Brasil A Procuradoria-Geral da República desiste de um novo acordo de delação com a empreiteira Andrade Gutierrez

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Andrade Gutierrez e Novonor (ex-Odebrecht) entregaram proposta para projeto da Rnest. (Foto: Divulgação)

A pouco mais de um mês de deixar o cargo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou sinais de que não quer mais saber da complementação da delação da Andrade Gutierrez. A desistência ocorreu após procuradores questionarem se haveria relatos de crime envolvendo o ex-presidente Lula e empresas de telecomunicações e receberem um não como resposta.

A avaliação da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba e em Brasília é que, sem Lula e sem teles, a complementação da delação da Andrade Gutierrez traria poucas novidades. A empresa, que nasceu em Belo Horizonte, tem relações com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), mas os procuradores avaliam que os relatos dela sobre o tucano pouco acrescentariam ao que foi relatado pela Odebrecht e por Joesley Batista.

Os procuradores tinham interesse em três casos envolvendo empresas de telecomunicações porque a Andrade Gutierrez é uma das sócias da Oi e controlava a Telemar. Os casos são os seguintes: 1) o investimento de R$ 5 milhões feito em 2005 pela Telemar na Gamecorp, empresa de Fábio Luis Lula da Silva, o filho mais velho de Lula; 2) a compra da Brasil Telecom em 2008 pela Telemar, negócio no qual o Banco do Brasil e o BNDES entraram com R$ 6,8 bilhões; e 3) a história narrada pelo publicitário Marcos Valério, condenado no mensalão, de que a Portugal Telecom pagou propina de 2 milhões de euros ao PT.

A Andrade Gutierrez negou aos procuradores que tenha havido crime nesses três episódios. No caso da Gamercorp, por exemplo, a empresa sustenta que fez o investimento porque um concorrente, o banqueiro Daniel Dantas, tinha planos de se aproximar de Lula por meio de aportes na empresa do filho.

Há também o temor do grupo empresarial de que revelações sobre a Oi pudessem levar a empresa à bancarrota. A Oi está em recuperação judicial, com dívidas de mais de R$ 64 bilhões. A Andrade Gutierrez fechou um acordo de delação em 2015, pagou uma multa de R$ 1 bilhão, mas, com outros acordos que foram feitos, os procuradores descobriram uma série de omissões no relato da Andrade Gutierrez.

Entre as omissões que foram detectadas pelos procuradores havia o pagamento de suborno a Aécio Neves por conta da obra da Cidade Administrativa, sede do governo mineiro construída quando o tucano era governador de Minas Gerais. Aécio nega enfaticamente que tenha recebido propina da empresa.

Faltavam também relatos sobre pagamento de suborno em obras como o Rodoanel e o metrô de São Paulo, contratadas durante os governos de José Serra e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB. A Andrade Gutierrez diz que “segue colaborando com as investigações em curso dentro do acordo de leniência firmado pela empresa com o Ministério Público Federal e reforça seu compromisso público de esclarecer e corrigir todos os fatos irregulares ocorridos no passado”. (Folhapress)

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