Sexta-feira, 31 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de setembro de 2017
 
				O ministro Luiz Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), homologou (validou) nesta terça-feira (5) o acordo de delação premiada do operador financeiro Lúcio Funaro. O acordo entre Funaro e a Procuradoria Geral da República foi assinado no mês passado e o caso foi remetido ao STF porque o operador financeiro citou nos depoimentos nomes de pessoas com foro privilegiado, entre os quais o do presidente Michel Temer.
Funaro é apontado pelos investigadores da Operação Lava Jato como operador de propinas do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso desde o ano passado. O conteúdo da colaboração, porém, ainda está sob segredo de Justiça.
Na prática, a homologação do acordo dá validade jurídica à delação e permite a abertura de novas investigações com base nos fatos contados pelo delator. Os relatos e provas entregues por Funaro deverão ser incluídos em uma eventual nova denúncia que a Procuradoria Geral da República prepara contra Temer, por suposta obstrução de Justiça e organização criminosa.
O presidente passou a ser investigado pelos crimes com base na delação de executivos da JBS, homologada em maio por Fachin. Segundo a PGR, Temer teria dado aval para a compra do silêncio de Funaro e de Cunha pelo dono da JBS, Joesley Batista. A suspeita foi levantada a partir da gravação entregue pelo próprio Joesley numa conversa com Temer em março, no Palácio do Jaburu, fora da agenda oficial. O presidente nega e diz que o executivo induziu a conversa para incriminá-lo e obter benefícios de uma delação. (AG)