Segunda-feira, 24 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de setembro de 2017
Investigadores de crimes de guerra da ONU (Organização das Nações Unidas) responsabilizaram pela primeira vez nesta quarta-feira (06) o governo da Síria por ataques com armas químicas durante a guerra civil do país.
Segundo relatório da Comissão de Inquérito da ONU, forças sírias usaram armas químicas PELO menos 27 vezes durante o conflito, incluindo no ataque letal em Khan Sheikhun, em abril, que deixou ao menos 80 mortos e provocou uma retaliação dos Estados Unidos contra alvos do governo da Síria.
“Forças do governo mantiveram o padrão de usar armas químicas contra civis em áreas dominadas pela oposição”, disse a ONU, que relatou que gás sarin lançado por aviões de guerra do governo atingiu inocentes, o que constitui crime de guerra.
A Comissão rejeitou a ideia de que os ataques aéreos atingiram um depósito no qual eram armazenadas substâncias químicas, como alegado pelo governo do ditador Bashar al-Assad. “Pelo contrário, todas as provas disponíveis permitem concluir que existem motivos razoáveis para acreditar que as forças aéreas lançaram uma bomba que o dispersou gás sarin”, afirmam os investigadores.
Em junho, um estudo internacional da Organização para a Proibição de Armas Químicas já havia concluído o uso do gás sarin na Síria, mas sem informar quem o realizou. Na época, o governo Assad negou ser responsável pelo ataque químico, o qual atribuiu a facções rebeldes e classificou como sendo “100% forjado”.
No total, os investigadores da ONU disseram ter registrado 33 ataques com armas químicas até o momento. Vinte e sete foram cometidos por forças do governo de Assad, incluindo sete entre 1º de março e 7 de julho. Os autores dos seis outros ataques ainda não foram identificados, segundo o relatório.
A comissão, criada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU em 2011, nunca obteve autorização de Damasco para visitar a Síria. Inicialmente desenvolvido como pesticida, o sarin é um poderoso paralisante muscular, que mata por asfixia.
Síria
Disparos foram ouvidos pelas cidades sírias na noite de terça-feira (05). Não era mais um confronto entre forças do governo, rebeldes ou terroristas. Mas uma população comemorando um resultado em campo que poderá aproximar a Síria da Copa do Mundo de 2018, na Rússia.
Jogando contra o Irã, o time de Damasco arrancou um empate de 2 a 2 já nos acréscimos, aos 48 minutos do segundo tempo. Na semana passada, a Síria já havia derrotado o Qatar por 3 a 1. Mas, com uma combinação de resultados, conseguiu ficar na terceira colocação em seu grupo e disputará uma repescagem contra a Austrália.
Com o sonho de ir ao Mundial ainda vivo, rapidamente a conquista do time se transformou em um assunto altamente político. O governo de Bashar al-Assad, denunciado na ONU por crimes contra a humanidade, tem tentando usar a vitória como forma de reforçar a ideia de que o país está voltando à normalidade e que o regime está com suas mãos firmes no poder, inclusive ganhando terreno e cidades ocupadas pela oposição ou por jihadistas.