Quarta-feira, 26 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de setembro de 2017
A Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre registrou nesse sábado, 16, Dia D de Multivacinação, mais de 3 mil doses aplicadas nos pontos de atendimento. A maior procura foi pela vacina contra o HPV, com 751 doses aplicadas. O Dia D contou com 71 Unidades de Saúde prestando atendimento durante o dia, em todas as regiões da cidade. Os números finais serão divulgados nesta segunda-feira, 18.
Todas as unidades de saúde da Capital utilizaram acesso on-line ao registro de vacinas, individualizado os pacientes. Esta foi a primeira campanha em que a Capital utilizou a ferramenta do Ministério da Saúde.
Para o secretário municipal de Saúde, Erno Harzheim, a campanha é importante para revisar e completar o calendário de vacinação. “Com o sistema informatizado, os país poderão acompanhar a situação vacinal de seus filhos, por aplicativo”, declara.
A campanha de vacinação terá prosseguimento em todo o País até 22 de setembro.
Objetivos
A intenção da campanha de multivacinação é resgatar não vacinados ou completar esquemas de vacinação, visando a atualizar a caderneta das crianças e adolescentes menores de 15 anos de idade (14 anos, 11 meses e 29 dias), de acordo com o Calendário Nacional de Vacinação.
Estão disponibilizadas 14 vacinas para as crianças: BCG, Hepatite B, Pentavalente, VIP, VOPb, Rotavírus humano, Pneumocócica 10 valente, Meningocócica C conjugada, Febre amarela, Tríplice viral, Tetra viral (ou tríplice viral + varicela) DTP, Hepatite A, Varicela (para os indígenas).
Assim como seis vacinas para os adolescentes: hepatite B, febre amarela, tríplice viral, dT, meningocócica C conjugada e HPV. Além das seis do calendário, adolescentes grávidas terão à disposição dTpa e, indígenas adolescentes, vacina contra varicela.
Vacinação em dia
Conforme dados do Ministério da Saúde, o País possuía cerca de 47 milhões de crianças e adolescentes brasileiros, menores de 15 anos, aptos a atualizar a caderneta de vacinas. Segundo o Ministério, 53% desse público não estavam com a vacinação em dia.
Em 2016, o Brasil registrou a menor cobertura vacinal dos últimos dez anos, por isso, a meta do ministério é resgatar todas as crianças e adolescentes não vacinados e, com isso, iniciar ou completar os esquemas de imunização. Com o slogan “Todo mundo unido fica mais protegido”, a campanha começou no dia 11 de setembro e vai até o dia 22 de setembro em cerca de 36 mil postos fixos de vacinação.
A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, alerta que a vacinação é considerada, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a ferramenta que mais resultou positivamente na saúde pública mundial. “Nós morríamos de varíola aos montes, morríamos de pólio ou temos pessoas que até hoje vivem com sequelas da pólio. A gente esquece a vacinação quando não vê mais a doença”, disse.
Segundo ela, muitas doenças que foram erradicadas no Brasil ou mesmo controladas ainda não estão eliminadas e podem representar risco para não vacinados. “Nenhuma vacina é mais ou menos importante. Todas as vacinas são contra doenças potencialmente graves, que podem matar, levar a hospitalização e sequelas”, explicou.
A médica explica que a vacinação é um direito da criança e do adolescente previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e que os pais que não vacinam seus filhos podem sofrer processos do conselho tutelar e serem obrigados a fazer a imunização.
“Não vacinar quando todos se vacinam é uma zona de conforto porque a chance da criança adoecer é mínima. Mas se temos dois ou três pais que não vacinam e temos uma baixa cobertura por isso, aí essas crianças não vacinadas colocam em risco todas as outras”, disse. Isso acontece porque as vacinas não tem 100% de eficácia, mas ficam em torno de 95% ou 98%, segundo Isabella.