Terça-feira, 30 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 24 de outubro de 2017
A assessoria do presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA), informou que o parlamentar decidiu nessa terça-feira arquivar a representação do PT que pedia a cassação de Aécio Neves (PSDB-MG). Com base nas delações de executivos do grupo J&F, que controla a JBS, o PT havia pedido ao conselho que abrisse um processo contra Aécio.
Mas, segundo a assessoria de João Alberto, o presidente do Conselho de Ética consultou a Advocacia Geral do Senado, que recomendou o arquivamento do pedido do PT. A assessoria do presidente acrescentou, ainda, que cabe recurso da decisão ao plenário do conselho.
Procurada, a assessoria de Aécio divulgou a seguinte nota: “A defesa do senador Aécio Neves reitera a absoluta correção de sua conduta. As investigações demonstrarão que os recursos citados referem-se a um empréstimo entre privados que não envolveu dinheiro público ou qualquer contrapartida. Portanto, não houve crime ou quebra de decoro”.
O presidente do Conselho de Ética defendeu a decisão, afirmando estar em posição de “juiz”, que é não ser aplaudido por todas as decisões. “Sou, neste momento, juiz, escolhidos pelos senadores, para o Conselho de Ética. E, como presidente do Conselho de Ética, às vezes sou aplaudido por algumas decisões e às vezes não aplaudido”, disse.
Polêmica
Diante da crise, ele se licenciou da presidência do PSDB, em maio, e indicou para a função o também senador Tasso Jereissati (CE).
No dia em que anunciou a licença, Aécio havia sido afastado do mandato parlamentar pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin – em junho, Marco Aurélio derrubou o afastamento.
Ainda em junho, Aécio foi denunciado pela Procuradoria Geral da República pelos crimes de obstrução de Justiça e corrupção passiva.
A PGR também pediu o afastamento do tucano e, no último dia 26 de setembro, a Primeira Turma do STF determinou o novo afastamento – decisão posteriormente derrubada pelo Senado.
Diante de toda essa polêmica, o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati, passou a defender publicamente a renúncia de Aécio, argumentando que o senador “não tem condições” de retomar a presidência do partido.
Armação
Ao retomar o mandato, na semana passada, Aécio fez um breve discurso no plenário do Senado no qual se disse “vítima de uma ardilosa armação”. Ele também declarou que provará ser inocente.