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Por Redação O Sul | 23 de março de 2018
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15), considerado a prévia da inflação oficial do País, teve variação de 0,10% em março, ficando abaixo do resultado de fevereiro, de 0,38%, informou nesta sexta-feira (23) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Na série histórica iniciada com o Plano Real, em 1994, essa foi a menor taxa para o mês de março desde 2000, quando o índice ficou em 0,09%. O acumulado dos últimos 12 meses foi de 2,80%, ficando ligeiramente abaixo dos 2,86% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Já o IPCA-E, que acumula as variações mensais do IPCA-15 por trimestre, ficou em 0,87%, abaixo da taxa de 1% do primeiro trimestre de 2017.
Dois dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram deflação de fevereiro para março: Alimentação e Bebidas (-0,07%) e Comunicação (-0,19%). Já Saúde e Cuidados pessoais, além da maior variação de grupo (0,54%), registrou também o maior impacto (0,07 pontos percentuais).
A queda de 0,19% do grupo Comunicação foi influenciada pelo item telefone fixo (-0,94%) em função da redução nas tarifas das ligações locais e interurbanas de fixo para móvel em vigor desde 25 de fevereiro.
O grupo dos alimentos, que responde por cerca de um quarto das despesas das famílias, teve variação de -0,07%. Regionalmente, os índices variaram de -0,84%, em Salvador, até 0,19%, em Curitiba. Com redução de 0,29% em relação a fevereiro, a alimentação no domicílio motivou a queda no grupo dos alimentos, em março, já que vários produtos tiveram deflação, a exemplo das carnes (-0,66%) e do tomate (-5,00%).
Já Saúde e Cuidados Pessoais sofreu a maior alta mensal entre os grupos pesquisados, 0,54%. A pressão foi exercida pelo item plano de saúde (1,06%), maior impacto individual no índice do mês, 0,04 p.p. Nos Transportes (0,07%), o resultado contempla a variação de 1,30% nos ônibus urbanos, em razão dos reajustes.Por outro lado, ainda nos Transportes, as passagens aéreas tiveram queda de 15,33%, sendo responsáveis pelo maior impacto negativo no índice, -0,06%.
Quanto aos índices regionais, houve acelerações apenas em Fortaleza (de 0,13% em fevereiro para 0,26% em março) e Brasília (de -0,09% em fevereiro para 0,08% em março). As demais regiões metropolitanas desaceleraram. Belém teve a maior variação (0,29%), em razão da alta de 5,48% dos ônibus urbanos. O índice mais baixo foi o de Salvador (-0,09%), onde o tomate (-15,94%) e as passagens aéreas (-16,55%) contribuíram para a queda.
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 16 de fevereiro a 15 de março de 2018 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 16 de janeiro a 15 de fevereiro de 2018 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA. A diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.