Domingo, 08 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 25 de março de 2018
Por seis minutos e vinte segundos, a estudante Emma González, sobrevivente do mais recente massacre em uma escola dos Estados Unidos, em fevereiro, na Florida, encarou uma multidão em completo silêncio, interrompido apenas pelo som de sua respiração forte, lágrimas e gritos de “nunca mais”.
“Seis minutos e cerca de 20 segundos”, disse a estudante depois o intervalo. “Em pouco mais de 6 minutos, 17 de nossos amigos foram tirados de nós, 15 ficaram feridos e todos na comunidade foram alterados para sempre.”
González e dezenas de colegas escola Marjory Stoneman Douglas, onde ocorreu o ataque, foram os organizadores do protesto “Marcha pelas nossas vidas”, que extrapolou a capital americana e se espalhou por pelo menos 800 cidades nos EUA e em outros países, no sábado (24).
A polícia não divulgou números sobre a manifestação – a estimativa, segundo a imprensa local, é de cerca de 500 mil pessoas. A mobilização dos secundaristas, de acordo com a mídia americana, teria gerado a maior manifestação da história do país pelo controle de armas e pela participação dos mais jovens nas próximas eleições.
NRA
Não se tratava de uma marcha pela proibição da venda comerciais de armas nos EUA, protegida expressamente pela segunda emenda da constituição do país, mas pela proibição da venda de armas automáticas, carregadores de munição para fuzis e regras mais rígidas para a checagem de antecedentes de quem compra armas de fogo.
O principal alvo dos manifestantes era a NRA (Associação Nacional dos Rifles, na sigla em inglês).
Fundada em 1871 para “promover e incentivar o uso de armas de fogo com base científica”, o grupo se tornou um dos mais poderosos dos Estados Unidos, com um orçamento capaz de financiar e influenciar membros do Congresso sobre a política de armas do país. A NRA conta atualmente com 5 milhões de membros espalhados pelo país.