Quarta-feira, 12 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de maio de 2018
Policiais da DH (Divisão de Homicídios) tentam descobrir quem forneceu a arma e as munições utilizadas no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março. Na noite desta quinta-feira (10), acontece uma reconstituição do caso. O crime ocorreu no bairro do Estácio.
A simulação deve confirmar as investigações de que Marielle foi atingida por disparos de uma submetralhadora MP 5, de calibre 9 milímetros. De acordo com policiais, a DH investiga se a arma foi desviada de algum paiol pertencente a uma força de segurança no Estado do Rio de Janeiro. Submetralhadoras semelhantes são utilizadas pelas forças especiais das polícias Civil, Militar e Federal.
Já sobre munições – quatro atingiram a vereadora na cabeça – pertencem a um lote adquirido pela Polícia Federal em 2006. As munições desse lote foram encontradas em locais de crimes em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, em confrontos envolvendo policiais e traficantes.
De acordo com relatos colhidos pelos investigadores, o assassino da vereadora colocou apenas o braço para o lado de fora do carro, que estava em movimento, e disparou contra o veículo onde estava a vereadora. A reconstituição desta quinta, segundo investigadores, se limita ao local onde Marielle e Anderson foram atingidos pelos disparos e não no percurso entre a saída da vereadora da Casa das Pretas, na rua dos Inválidos, até o Estácio, onde foi alvejada pelos criminosos.
Testemunha
Desde quarta-feira (09), uma testemunha está sob proteção da Polícia Civil do RJ. Em três depoimentos, entre os dias 30 de abril e 4 de maio, ela contou detalhes sobre o crime e acusou o vereador Marcello Siciliano (PHS) e o ex-policial Orlando Oliveira de Araújo, chefe de uma milícia na região de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.
O vereador chamou as denúncias de factoide. “Gostaria de esclarecer, antes de mais nada, a minha surpresa com relação ao que aconteceu. A minha relação com a Marielle era muito boa, não estou entendendo por que esse factoide foi criado contra a minha pessoa”, afirmou.
Na terça-feira (08), o jornal O Globo informou que uma testemunha procurou a Polícia Federal para falar sobre o caso Marielle. A testemunha contou à PF que o vereador e o ex-PM Orlando Araújo queriam a morte da vereadora Marielle.
Ainda segundo a publicação, a testemunha decidiu contar o que sabe porque está jurada de morte. O delator teria sido ameaçado pelo ex-policial militar, que cumpre pena na Cadeia Pública Bandeira Stampa, conhecida como Bangu 9. A motivação do crime, de acordo com o depoimento, foi o avanço de ações comunitárias de Marielle em áreas de interesse da milícia na Zona Oeste.