Quinta-feira, 31 de outubro de 2024
Por Redação O Sul | 21 de julho de 2015
Ferozah tem entre 60 e 70 anos – ela desconhece sua idade correta, já que nunca foi a escola. Agora, é comandante de uma unidade da polícia que luta contra o Taleban na província de Helmand, no sul do Afeganistão. Ela assumiu o posto em Sistani, em Marjah, após seu filho ser morto.
Recebeu a mais alta condecoração do Afeganistão dada a uma mulher, a medalha de Malalai, heroína de uma batalha contra os britânicos no século 19. Ser uma comandante militar em uma cultura rural, onde mulheres raramente trabalham fora de casa, é bastante raro. Mas as surpresas não param por aí. Dois de seus netos, Faizal Mohammed, 13 anos, e Sultan Mohammed, 14, lutam ao seu lado. Eles são rápidos em montar e desmontar um rifle Kalashnikov.
Ela conta: “O Taleban vive me provocando, dizendo ‘o que você ganhou? você armou até os seus netos’. Mas o governo está ganhando e eles estão perdendo.”
Guerreiros de Sistani
Ferozah os chama seus netos de “guerreiros de Sistani” – e os jovens já enfrentaram muitas batalhas contra o Taleban. Mas, independente do nome que têm, estas são crianças transformadas em soldados, o que viola o direito internacional. Porém, esses guerreiros são um dos poucos obstáculos ao avanço do poder do Taleban, que tem tentado, com êxito, dominar diferentes áreas em Helmand desde a saída das tropas britânicas e internacionais da região, no final do ano passado. (AG)