Sábado, 08 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de junho de 2018
O ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) foi chamado pelo presidente Michel Temer chamou para uma conversa no fim da tarde dessa terça-feira. Em seu gabinete, no terceiro andar do Palácio do Planalto, o emedebista quis saber se as falas de Marun sobre o ex-ministro da Fazenda e presidenciável Henrique Meirelles tinham sido expostas como posição de governo, o que Marun negou.
Temer se referia às declarações polêmicas que Marun fez no último fim-de-semana, a respeito da suposta falta de competitividade de Meirelles para concorrer à Presidência da República na eleição deste ano. Ele teria defendido, ainda, a necessidade de o governo discutir um nome único de centro para o pleito.
Marun fez questão de explicar ao presidente que as sugestões que fez sobre a retirada das candidaturas de centro era uma ideia pessoal sua e que em nenhum momento falou em nome do presidente. De acordo com fontes de Brasília, o jeito expansivo de Marun, que por vezes fala mais do que o governo gostaria, tem causado constrangimento a Temer e a outros integrantes do Planalto.
A polêmica começou em entrevista a um programa de TV, no domingo, quando o titular da Secretaria de Governo propôs que os postulantes do campo do centro – dentre eles Meirelles e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) – retirassem os seus nomes e discutissem, unidos, uma candidatura competitiva para outubro.
Questionado sobre a declaração dada por Meirelles também no domingo, que em entrevista a um jornal disse refutar o “rótulo” de candidato do governo, Marun sorriu e respondeu: “Como eu vejo gente preocupada em perder voto por estar com o governo. Mas que voto? Que voto tem o Meirelles? E outros também. Vejo hoje o seguinte: grupos que têm voto dos dois lados do espectro e no centro, que digo que é o bom senso, ninguém tem voto”.
Desempenho
Apesar do empenho de Meirelles, a sua pré-candidatura ainda não decolou. Ele segue contando com apenas 1% das intenções de voto em recentes pesquisas. Depois do tom das falas no domingo, Marun chegou a escrever para Meirelles, por meio de mensagem no aplicativo WhatsApp, a fim de pacificar a situação.
Em outra entrevista, já nessa terça-feira, o ministro da articulação política do governo reafirmou as ideias sobre um nome único de centro, mas voltou a alegar que tratam-se de posições pessoais.
“Essa é uma posição pessoal minha. Acho que nenhum candidato de centro decola se eles não se unirem, e a união depende do espírito de renúncia. O Meirelles é um bom candidato, mas temos uma série de bons candidatos que no fim não vão ganhar, e corre o risco de vencer um mau candidato. Por isso temos que nos unir”, salientou.
Jucá
Além de ser chamado para a conversa com Temer, Marun foi desautorizado pelo presidente do MDB, senador Romero Jucá (RR). Em sua conta no Twitter, ele afirmou que Marun “não tem autoridade partidária para retirar nenhuma candidatura”. Disse, ainda, que o partido está “firme” com a candidatura do ex-ministro.
“Tenho muito apreço pelo ministro Marum mas como presidente do MDB tenho que afirmar que ele não tem autoridade partidária para retirar nenhuma candidatura do nosso partido. O MDB está firme com a pré candidatura de Meireles”, garantiu.
O senador acrescentou que Meirelles tem condições de crescer nas pesquisas e afirmou que “qualquer posicionamento que não seja de unidade e somatório de forças representa um desserviço à candidatura do MDB” e que “a grande maioria da legenda quer uma candidatura própria”.
“Meireles tem todas as condições de construir uma proposta sólida para o País e crescer nas pesquisas, representando o centro e a esperança dos brasileiros. Qualquer posicionamento que não seja de unidade e somatório de forças representa um desserviço à candidatura do MDB. Este não é o momento de falar de retirada de candidaturas e sim de empenho para continuarmos a construir uma opção para o Brasil”, finalizou.