Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 20 de setembro de 2018
A ADPF (Associação dos Delegados da Polícia Federal) divulgou uma nota na noite de quarta-feira (19) dizendo que a troca na chefia da escolta do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), que sofreu um atentado em Juiz de Fora, em Minas Gerais, foi estratégica e não teve relação com o ataque. O candidato se recupera na unidade de terapia semi-intensiva do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
Segundo a associação, a substituição de Daniel França por Antonio Marcos Teixeira “trata-se de uma decisão estratégica da instituição [Polícia Federal] e não guarda relação com os fatos ocorridos no dia 6 de setembro”, dia do ataque.
“Daniel França continuará exercendo suas funções apoiando a Coordenação de Proteção à Pessoa na segurança de candidatos à Presidência da República”, destacou a nota. Daniel França é delegado há mais de 12 anos. “Especificamente na área de segurança de dignitários e autoridades, coordenou e/ou participou da segurança dos presidentes Lula e Dilma, em parceria com o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), da então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e do então primeiro-ministro da Finlândia, Jyrki Katainen, entre outras autoridades nacionais e internacionais.”
França foi criticado por policiais federais por não estar em Juiz de Fora no dia atentado contra Bolsonaro. “No dia do atentado ao candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, Daniel França estava em Brasília por ter sido convocado pela Coordenação de Proteção à Pessoa para tratar de assuntos afetos à missão, tarefa compatível com sua atribuição de coordenação.”
A nota diz que França não conduziu qualquer investigação sobre ameaças ao candidato Jair Bolsonaro. A ADPF também trata do fato de os agentes da escolta do presidenciável estarem sem rádio no dia do incidente. “Quanto à utilização de rádios no dia do atentado, esses equipamentos fazem parte do rol de soluções de comunicação possíveis em operações de proteção aproximada. Contudo, a depender do cenário, como no caso de corpo a corpo em aglomerações, o seu emprego fica limitado”, afirmou o comunicado.
“Embora a aquisição de equipamentos modernos, como pontos eletrônicos, seja sempre o ideal a ser buscado, a falta deles não pode ser considerada como fator determinante. A extração do candidato do local do atentado até o hospital levou cerca de 12 [doze] minutos, o que foi reconhecido pela equipe médica como fundamental para a sobrevivência de Jair Bolsonaro. Portanto, não há reparos a serem feitos na atuação do dr. Daniel França e de sua equipe.”
Filho
O deputado Flávio Bolsonaro (PSL) subiu nove pontos percentuais e lidera a corrida para o Senado no Rio, segundo a nova pesquisa Datafolha. Filho de Jair Bolsonaro, que está em primeiro lugar na disputa presidencial, Flávio pulou de 17 % para 26% das intenções de voto na comparação com a pesquisa anterior, divulgada no dia 6 de setembro, quando seu pai foi esfaqueado em Juiz de Fora.
Neste período, o candidato do PSL à Presidência subiu quatro pontos, de acordo com o instituto. Na disputa para o Senado, o eleitor pode escolher dois candidatos. Apesar do crescimento, Flávio está tecnicamente empatado com César Maia (DEM) e Lindbergh Farias (PT) na disputa.
Segundo o Datafolha, Maia cresceu de 21% para 24 % em comparação com a pesquisa do dia 6. Já Farias subiu de 18% para 21%. Na primeira pesquisa realizada pelo instituto, em agosto, os três tinham 18%. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. O número de registro da pesquisa no TSE é RJ 04258/2018.
Desde que seu pai foi internado, Flávio ganhou mais visibilidade. Ele é uma das figuras centrais na campanha de Bolsonaro. Na disputa para o Senado, Chico Alencar, do PSOL, tem 12%; Miro Teixeira, da Rede, 11%; Arolde de Oliveira, do PSD, 8%; de acordo com o levantamento.