Sábado, 04 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 29 de julho de 2015
Depois do anúncio da revisão da perspectiva de nota do Brasil pela agência de risco Standard & Poor’s, a preocupação do governo agora é com o perigo de as outras duas avaliadoras, Fitch Ratings e Moody’s, seguirem o mesmo caminho.
Em conversas com investidores estrangeiros, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reafirmou o compromisso do Executivo com o controle de gastos e a trajetória da relação entre dívida pública e PIB (Produto Interno Bruto).
Com mais uma notícia ruim para a economia, a avaliação que ganhou força no governo foi de que a decisão da Standard & Poor’s poderá fazer o Congresso acordar e aprovar as reformas o mais rápido possível. Levy reforçou nas reuniões com os investidores a necessidade de apoio dos parlamentares ao ajuste fiscal e ao estímulo ao crescimento do País.
O papel do Congresso para evitar o risco de perda do grau de investimento ficou evidenciado diante do relatório da agência, que apontou preocupações com as turbulências políticas no Brasil. Embora temida pela área financeira e até certo ponto esperada devido à crise política associada ao baixo crescimento, a revisão da perspectiva da nota surpreendeu pelo momento do anúncio.
A equipe econômica não contava com um movimento da Standard & Poor’s para agora. O governo recebeu a informação da avaliadora na manhã de terça-feira. O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, espera que o viés negativo de rebaixamento não se concretize. Já Levy não comentou a decisão.
A expectativa do Executivo era de redução da perspectiva da Moody’s, o que colocaria a nota do Brasil no mesmo patamar da Standard & Poor’s. Uma missão da Moody’s visitou o País neste mês para avaliar a nota brasileira, mas agora a redução feita pela Standard & Poor’s poderá contaminar a resolução. A Fitch Ratings, por seu lado, esteve no Brasil neste ano, quando definiu não mudar a nota, mas poderá fazer uma reavaliação para seguir as outras duas agências. (AE)