Terça-feira, 11 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de dezembro de 2018
Pela primeira vez desde que foi eleito presidente da República no segundo turno da eleição deste ano (dia 28 de outubro), nesta semana Jair Bolsonaro evitou a imprensa durante a sua estada em Brasília e decidiu se pronunciar apenas através de uma “live” (transmissão ao vivo pelo Facebook).
Ele não concedeu entrevistas nesta segunda, terça e quarta-feira. E só retornará à capital federal no dia 28, quando deve permanecer em definitivo no Distrito Federal para tomar posse no cargo, dia 1º de janeiro.
A mudança de postura ocorreu após um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) ter identificado uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta do policial militar Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado federal Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), agora senador eleito.
Dentre os registros está o depósito de R$ 24 mil na conta da futura primeira-dama Michelle Bolsonaro. No último fim-de-semana, o presidente eleito falou rapidamente sobre o tema, argumentando que o depósito era parte do pagamento de um empréstimo que teria feito a Queiroz – que até o momento não se pronunciou sobre o assunto.
Os questionamentos sobre o caso já provocaram reações no entorno de Bolsonaro. Outro de seus filhos, o deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), encerrou uma entrevista nessa quarta-feira ao ser questionado sobre o tema. Ele se resumiu a dizer que não tem informações sobre o caso e que seria a “pessoa errada” para falar sobre isso.
Na semana passada, o futuro ministro da Casa Civil, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), fez críticas a atuação do Coaf em outros episódios como o mensalão, apesar de ele próprio já ter feito diversos elogios à instituição quando participou de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigou aquele esquema de corrupção envolvendo o PT e outros partidos.
Idas e vindas
Desde que foi eleito, Bolsonaro passou pelo menos dois dias em Brasília em cada uma das últimas seis semanas. Em todas as ocasiões deu pelo menos uma entrevista e algumas vezes chegou a falar mais de uma vez por dia com os jornalistas, sempre respondendo aos questionamentos.
Um púlpito foi montado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na segunda-feira, para que Bolsonaro fizesse um pronunciamento à imprensa após a diplomação e sua assessoria confirmou que isso ocorreria. O presidente eleito, porém, saiu pelos fundos, sem falar. No discurso, afirmou que “novas tecnologias” permitem uma “relação direta” entre eleitores e seus representantes.
Nesta semana, o presidente eleito também participou de reuniões com quatro partidos políticos, governadores e visitou instalações do Exército e da PF (Polícia Federal) – ele chegou a fazer exercícios de flexões junto com os profissionais da corporação.
Nesta quinta-feira, Bolsonaro deve embarcar cedo para São Paulo, onde fará exames no hospital Albert Einstein. A previsão é de que retorne para o Rio de Janeiro no meio da tarde e permaneça até o dia 28 na cidade, onde mora em um condomínio fechado na Barra da Tijuca (Zona Oeste).