Por Redação O Sul | 31 de julho de 2015
Por Fabiane Christaldo/ O Sul
A Abamf, associação que representa servidores de nível médio da Brigada Militar, encaminhou à Justiça, nesta sexta-feira (31), um documento pedindo a prisão e o sequestro de bens do governador José Ivo Sartori. A associação afirmou que o governador descumpriu decisão judicial que determina o pagamento integral dos salários no último dia do mês. A medida é uma reação ao anúncio de parcelamento nos salários dos servidores públicos do Rio Grande do Sul ligados ao Poder Executivo.
O Piratini poderá ser obrigado a pagar uma multa de 50 mil reais ao dia em função do descumprimento de mandado de segurança que está em vigor, explica o presidente da Fessergs (Federação Sindical dos Servidores Públicos no Estado do Rio Grande do Sul), Sérgio Arnoud.
Ele afirmou que “a federação cobrará a multa judicialmente”. “Ainda no plano judicial, pediremos a intervenção do Estado”, acrescentou. Arnoud informa que politicamente, a resposta ao parcelamento dos salários será por meio das paralisações a partir da próxima segunda-feira (3). Para o representante, Sartori “está demonstrando que não consegue governar e está implantando o ‘caos’ no RS, que já poderá ser notado pela sociedade a partir de segunda-feira com novos protestos das categorias afetadas. Vão paralisar polícia, postos de saúde e escolas”.
Na terça-feira, representantes da federação percorrerão o interior do Estado para a realização de plenárias buscando a participação de servidores de todas as regiões do RS na assembleia geral que está sendo convocada para o dia 18 de agosto, no Largo Glênio Peres, em Porto Alegre, a partir das 14h. O objetivo é a decretação de uma greve geral dos trabalhadores.
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AQUARTELAMENTO
A segunda-feira promete ser de muitos problemas na segurança pública do RS, de acordo com Ricardo Agra, secretário-geral da Abamf. “Estamos orientando os soldados da Brigada Militar a ficarem aquartelados. Eles só sairão às ruas para atender ocorrências e voltarão imediatamente para suas unidades. Não haverá policiamento ostensivo”, alertou.
Segundo ele, os policiais da BM estão seguindo os demais setores da segurança que também cruzarão os braços no período, como Polícia Civil, Agentes Penitenciários e Instituto-Geral de Perícias. Para Agra, o problema de falta de recursos do Estado não pode penalizar os servidores. “Não são os soldados da BM, que recebem em torno de 2,6 mil reais que estão quebrando o Caixa do Estado”, avalia.
NOTA OFICIAL
A Secretaria da Segurança Pública do RS se manifestou por meio de nota oficial com relação à repercussão junto aos servidores referente ao anúncio do parcelamento de salários, informando que:
” Compreende a situação de todos os servidores da Segurança Pública e possui plena confiança de que o efetivo manterá o atendimento à população no que compete aos serviços de cada uma das instituições vinculadas, dentro de suas respectivas atribuições;
A SSP permanece em acompanhamento constante da situação e avaliará cada caso antes de tomar uma decisão, agindo de forma integrada com as corporações e com a observação das diretrizes emanadas do governo;
Cabe ressaltar que o diálogo segue aberto entre a secretaria e os servidores. Nessa quinta-feira (30), o secretário Wantuir Jacini e o chefe da Casa Civil, secretário Marcio Biolchi, estiveram reunidos com diversas entidades representativas da Segurança Pública e continuarão a recebê-las, agindo de forma clara e transparente durante todo o processo”.
