Quinta-feira, 20 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de abril de 2019
Preocupado em desfazer o mal-estar causado por sua viagem a Israel há cerca de uma semana, o presidente Jair Bolsonaro participará de um jantar com 42 embaixadores de países islâmicos, nesta quarta-feira (10), na sede da CNA (Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil), em Brasília.
A decisão foi tomada no início da noite desta terça-feira (09), como forma de demonstrar o nível de interesse do presidente da República em manter esses parceiros internacionais. Até então, Bolsonaro seria representado pelos ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e da Agricultura, Tereza Cristina.
Uma das preocupações a serem transmitidas pelos embaixadores é com a abertura de um escritório de negócios do Brasil em Jerusalém, anunciada pelo presidente durante a visita a Israel. Os países islâmicos também querem saber se o governo brasileiro está realmente decidido a transferir a embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém – cidade onde os palestinos desejam ver a futura capital de um Estado independente e cujo status final a ONU defende que seja definido por negociações.
No início deste ano, a missão brasileira nas Nações Unidas manteve a sua posição de defender dois Estados na região, o israelense e o palestino. Os países islâmicos ocuparam a terceira posição entre os maiores compradores de produtos do agronegócio brasileiro em 2018, com uma receita de 16,4 bilhões de dólares, atrás apenas da China e da União Europeia.
Entre os principais itens vendidos para esses mercados estão açúcar, carne de frango, soja, milho, carne bovina e algodão. Os números foram divulgados pela CNA. A entidade considera como países islâmicos aqueles em que 50% da população é muçulmana. Esse grupo é formado por mais de 50 mercados. Além da comunidade árabe, abrange nações como Bangladesh, Turquia, Irã e Senegal.
Segundo a CNA, o Brasil teve um superávit de 15,4 bilhões de dólares na balança comercial do agronegócio com os islâmicos, que ficaram em sexto lugar entre os principais fornecedores. As importações brasileiras desses países somaram cerca de 1 bilhão de dólares. Por ordem de grandeza, o óleo de dendê foi o principal produto importado desses mercados, seguido por vestuário, borracha, sardinha congelada, avelãs e azeitonas.
Bolsonaro fará uma viagem a um grupo de países árabes ainda neste ano. A lista de destinos inclui aliados dos Estados Unidos, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, de acordo com informações divulgadas pelo Palácio do Planalto. O Egito também deve entrar no roteiro.