Quarta-feira, 19 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de abril de 2019
A companhia britânica Reaction Engines anunciou um grande avanço tecnológico em seus esforços para construir um avião capaz de viajar ao espaço.
Sediada em Oxfordshire, a empresa testou com sucesso sua tecnologia de pré-resfriamento, essencial para refrigerar os motores-foguete quando estes atingem temperaturas elevadíssimas, ao voar em velocidades três vezes maiores que a do som.
Os pré-refrigeradores da Reaction Engines são formados por quilômetros de tubos metálicos entrelaçados, com revestimentos mais finos que um fio de cabelo humano. Essa tecnologia de pré-refrigeração extrai calor do ar que flui em alta velocidade ao entrar nos motores a jato.
No momento, o sistema é capaz de refrigerar o ar dos 420ºC de temperatura para cerca de 20ºC em um vigésimo de segundo.
“Trata-se de um marco significativo, que leva a tecnologia de pré-refrigeração da Reaction Engines a um desempenho sem paralelo na transferência de calor”, disse o presidente-executivo da Mark Thomas.
Novos testes dos motores Sabre da companhia devem acontecer ainda este ano em Buckinghamshire.
A Reaction Engines foi criada em 1989 por Alan Bond, Richard Varvill e John Scott Scott (morto em 2015), conhecidos como “os três fogueteiros”. Eles deixaram seus empregos para buscar o sonho das viagens espaciais.
Os pesquisadores dedicaram mais de 30 anos ao desenvolvimento de seu “avião espacial” equipados com motores-foguete, concebido para viajar de Londres a Nova York em menos de uma hora, e para levar viajantes ao espaço e trazê-los de volta em voos comerciais de preço acessível.
A Reaction Engines obteve mais de £ 100 milhões (R$ 502 milhões) em capital nos últimos três anos, de investidores estatais e privados como a Boeing, Rolls-Royce e BAE Systems.
Virgin Galactic
Depois de realizar com sucesso um teste tripulado de voo com a nave VSS Unity em fevereiro, a Virgin Galactic instalou nela asas de aeronaves comerciais para o próximo teste, que contará com passageiros civis. “O voo espacial comercial agora é uma realidade”, declarou Wayne Monteith, administrador adjunto da Federal Aviation Administration.
Esses passageiros treinarão em uma cabine de testes em uma base no Novo México, e o objetivo de Moses é que os clientes cheguem ao espaço “sem perguntar que barulho eles acabaram de ouvir ou se surpreender com o que eles acabaram de sentir”.
A Virgin Galactic já vendeu mais de 600 ingressos para esta viagem turística ao redor do planeta, com o primeiro voo usando passageiros reais podendo acontecer ainda em 2019. Esse voo real terá 90 minutos de duração e os passageiros poderão experimentar alguns minutos de ausência de peso, além de terem o privilégio de ver a Terra do espaço como se fossem astronautas. Cada ingresso custa US$ 250 mil.
Outras empresas, como Blue Origin e SpaceX, também estão na jogada do turismo espacial, ainda que a Virgin esteja saindo à frente. A Blue Origin ainda está testando sua nave New Shepard, enquanto a SpaceX prometeu o primeiro voo turístico ao espaço para o ano de 2023, quando levará um bilionário japonês e mais até 8 convidados para dar uma volta ao redor da Lua.