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Por Redação O Sul | 23 de maio de 2019
O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quinta-feira (23), durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, em Brasília, que é contrário à cobrança de mensalidades nas universidades federais.
Bolsonaro foi questionado sobre as posições do governador da Bahia, Rui Costa (PT), que sugeriu a cobrança de mensalidade de alunos de alta renda na graduação, e do ministro da Educação, Abraham Weintraub, favorável à cobrança apenas na pós-graduação.
“Sou contra”, respondeu o presidente. Segundo Bolsonaro, a sua posição serve para graduação e pós-graduação. O chefe do Executivo federal argumentou que, na hipótese de se cobrar mensalidade, alunos de famílias com renda mais alta poderiam sair do País para estudar.
A posição do presidente da República sobre a pós-graduação difere da externada pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, que participou de uma sessão da comissão de Educação da Câmara dos Deputados.
Na oportunidade, o ministro se disse contrário ao pagamento de mensalidade na graduação, porém se apresentou a favor da cobrança na pós-graduação. Atualmente, a cobrança em mestrados ou doutorados é proibida pela Constituição e foi alvo de deliberação no STF (Supremo Tribunal Federal).
“Se a gente focar na cobrança de pós-graduação, é uma. Aí não tem o que discordar, está lá o bonitão com o diploma de advogado, ele paga. Esse tem condição de pagar. E não é para toda pós-graduação, mas para as que têm visão de mercado, a gente pode cobrar”, disse o ministro.
Bolsa
O ministro Abraham Weintraub estuda criar uma bolsa para jovens que queiram ser professores do ensino básico. A ideia seria premiar alunos com altas notas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) que quiserem cursar Pedagogia.
Weintraub tem se reunido com fundações que apoiam a educação, e a proposta surgiu nessas conversas. Atualmente, 70% dos alunos que escolhem Pedagogia no Enem têm notas abaixo da média. A intenção de programas como esse é estimular que os melhores alunos do ensino médio queiram ser professores. Países como Chile e Cingapura têm programas semelhantes, com bons resultados.
A bolsa seria dada ao aluno durante a graduação. O problema é que o projeto está vinculado ao fim do contingenciamento de recursos que reduziu as verbas do Ministério da Educação. Por isso, ainda não há previsão do valor que seria pago ou de quando a ideia poderia ser colocada em prática pelo governo.