Terça-feira, 25 de novembro de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Maior preocupação financeira do brasileiro é pagar contas do mês

Compartilhe esta notícia:

O que tira o sono da maioria aqui são contas de luz e gás, aluguel e gastos com transporte e alimentação. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

Quando o assunto é dinheiro, a vida depois da aposentadoria não é a maior preocupação entre os brasileiros. O que realmente tira o sono da maioria aqui são as contas de luz e gás, o aluguel e os gastos com transporte e alimentação, segundo pesquisa da seguradora Zurich, em parceria com a Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Dos 1,1 mil trabalhadores brasileiros consultados, 44% apontaram como principal fator de preocupação financeira fechar as contas do mês. O cuidado com a aposentadoria vem em primeiro lugar apenas para 34% dos participantes. Outros pontos também foram citados, como reduzir dívidas. “Foi só a partir do controle da inflação que criamos condições para as pessoas pensarem em fazer poupança. Com hiperinflação não há como se pensar em longo prazo. Então o Brasil é adolescente nesse aspecto”, avalia o presidente da Zurich no Brasil, Edson Franco.

O levantamento mostra que a atenção com a aposentadoria aumenta com a idade. No Brasil, só 23% na faixa entre 20 e 29 anos afirmaram que ter dinheiro na velhice é a maior preocupação. Essa proporção é de 30% entre 30 e 39 anos, de 42% entre 40 e 54 anos e de 44% entre quem tinha 55 anos ou mais. A coleta de dados online aconteceu de fevereiro a março deste ano.

O quadro global, no entanto, é outro. A mesma pesquisa, feita com 16,9 mil pessoas de 15 países, mostra que ter uma poupança adequada para a aposentadoria é a maior preocupação para 44% dos entrevistados. Apenas 27% mencionaram em primeiro lugar o pagamento de contas.

Um fator que pode explicar a diferença entre o resultado brasileiro e o global é a menor capacidade ou possibilidade de guardar dinheiro. No mundo, três em cada cinco pessoas responderam que conseguiram poupar no ano anterior. No Brasil, apenas dois em cada cinco conseguiram fazer o mesmo, o que corresponde a uma diferença de 20 pontos porcentuais.

“É muito difícil você pensar no futuro quando o seu presente não está garantido. Mas isso pode se tornar um hábito nocivo, quando mesmo tendo uma reserva a pessoa não poupa pelo hábito de não pensar no futuro. Há uma questão de formação de cultura de poupança, mas também uma questão de capacidade de poupança”, afirma Franco. Veja a seguir os principais trechos da entrevista com o executivo.

1. São poucos os que se preocupam com aposentadoria no Brasil?

Não é um número pequeno se se considerar a falta de cultura de poupança de longo prazo do brasileiro. Estamos num processo de formação, foi só a partir da estabilização monetária, do controle da inflação que a gente criou condições macroeconômicas para as pessoas pensarem em fazer poupança de longo prazo. Com hiperinflação não há como se pensar em longo prazo. O Brasil é adolescente nesse aspecto.

Só que o brasileiro vai perceber a importância disso rápido, porque o País está envelhecendo em ritmo muito mais acelerado do que foi com os países europeus.

2. A menor estabilidade no trabalho afeta a forma de poupar?

As pessoas contam com o Estado para resolver as questões de perda de renda. Essa responsabilidade entre Estado, empresa e indivíduo está mudando. A reforma da Previdência está tocando nesse ponto, ainda de uma forma incipiente, mas isso ao longo das próximas décadas vai se intensificar, especialmente por conta dessa mudança nas relações de trabalho.

Ainda que a Seguridade Social preste o primeiro socorro à grande maioria das pessoas, aquelas pessoas que têm o nível de renda um pouco mais alto vão ter que tomar responsabilidade sobre os riscos em relação à renda.

3. A reforma da Previdência está contribuindo para essa discussão?

Do ponto de vista político, é a reforma possível neste momento. É uma boa reforma, é melhor do que a proposta do governo Temer em termos de economia fiscal, mas não é definitiva. Tivemos duas grandes perdas de oportunidade em relação a essa reforma paramétrica. Uma foi a não inclusão de Estados e municípios e a outra foi a retirada do gatilho demográfico, que ia fazer com que a vida útil dessa reforma fosse mais longa e ia evitar saltos de mudança no piso.

4. Sem aumentar a renda, é possível haver maior cultura de poupança no País?

Acho difícil. A principal preocupação financeira do brasileiro é pagar a conta do mês, isso mostra que é muito difícil você pensar no futuro quando o seu presente não está garantido. Enquanto as pessoas estão tão preocupadas em colocar comida na geladeira, é muito difícil uma pessoa se sensibilizar com o futuro. Mas isso pode se tornar um hábito nocivo, quando a pessoa tem uma reserva de poupança e, pelo hábito de não pensar no futuro, mesmo quando pode, ela não poupa.

As informações são do jornal Estado de S. Paulo.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Bolsonaro diz que pode recuar na ideia de extinguir a Ancine, a Agência Nacional do Cinema
Bolsonaro diz que errou ao insistir em demarcação de terras indígenas pelo Ministério da Agricultura
https://www.osul.com.br/maior-preocupacao-financeira-do-brasileiro-e-pagar-contas-do-mes/ Maior preocupação financeira do brasileiro é pagar contas do mês 2019-08-03
Deixe seu comentário
Pode te interessar