Domingo, 23 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de agosto de 2015
Dados inéditos divulgados pelo Ministério do Trabalho mostraram que, no ano passado, uma elite de 480 de um total de 9.959 entidades sindicais recebeu, cada uma, pelo menos 1 milhão de reais do imposto
conhecido como Contribuição Sindical.
Os números vinham sendo mantidos em sigilo pelo governo federal, mas foram liberados por determinação da CGU (Controladoria-Geral da União), com base na Lei de Acesso à Informação. O ranking de arrecadação mostra um predomínio do comércio. Excluindo as centrais, quatro das cinco entidades mais ricas estão ligadas ao setor. O primeiro lugar ficou com o Sindicato dos Comerciários de São Paulo: 29,7 milhões de reais.
“Esse ranking confirma a importância do setor de comércio e serviços na economia nacional, algo que ainda não foi assumido do ponto de vista político. Fiquei surpreso de sermos os primeiros em arrecadação, mas o fato é que realmente somos grandes em tudo. Temos a maior prestação de serviços do País. Somente no ano passado, oferecemos 203 mil atendimentos médicos e odontológicos”, afirmou Ricardo Patah, presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, que também comanda a UGT (União Geral dos Trabalhadores), central que no ano passado recebeu 39,9 milhões de reais.
Primeira vez
Pela primeira vez, a União disponibilizou os dados das 9.959 entidades que dividiram 2,651 bilhões de reais em 2014. No segundo lugar entre os sindicatos milionários, aparece o Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis de São Paulo), com 29,4 milhões de reais. Em seguida, vêm outros dois representantes patronais: a CNC (Confederação Nacional do Comércio), com 26,9 milhões de reais, e a Fecomércio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), com 25,2 milhões de reais. O quinto lugar é da CNTC (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio), com 22,7 milhões de reais.
Origens
A Contribuição Sindical tem duas origens: um dia de salário por ano de todos os trabalhadores para os respectivos sindicatos e um percentual sobre o capital social das empresas, na representação dos patrões. (AG)