Sábado, 04 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 30 de dezembro de 2019
O Brasil elabora espumantes de todos os estilos
Foto: DivulgaçãoNa hora do brinde, as borbulhas podem parecer todas iguais. Todas teimam em subir na taça e tornam a comemoração mais alegre. Mas nem todo o espumante é igual, muito pelo contrário.
O mundo do perlage (como são chamadas estas pequeninas bolhas de gás carbônico) tem as suas peculiaridades, do nobre champanhe aos frutados frisantes. Por isso, vale o convite para conhecer cada um dos vinhos espumantes disponíveis no mercado.
Champanhe
É o mais nobre dos vinhos espumantes e tem a sua descoberta associada ao monge beneditino Dom Pérignon. Ele só pode ser elaborado na região francesa de Champanhe (daí o seu nome), com as uvas Chardonnay (branca) e Pinot Noir e Pinot Meunier (tintas).
Primeiro, é elaborado o vinho-base (como nasce qualquer outro vinho, com fermentação em tanques de inox ou barricas). Depois, o enólogo faz blend (a mistura de vinhos das variedades autorizadas e de safras diversas), acrescenta a levedura, e a segunda fermentação ocorre dentro de cada garrafa. Esta fermentação é conhecida como método clássico, tradicional ou champenoise e é ela que gera as borbulhas (na verdade, o gás carbônico, resultado da fermentação, que não consegue ir para a atmosfera e forma as borbulhas).
Em Champanhe, o vinho precisa ficar na garrafa em contato com a levedura (ou com o que restou dela no fim da fermentação) por um período mínimo de 15 meses, em um processo chamado de sur lie.
Crémant
São os vinhos espumantes franceses, elaborados também pelo método clássico, mas nas demais regiões do país, fora de Champanhe. As uvas autorizadas variam em cada uma das oito regiões francesas autorizadas a fazer este espumante. Um crémant do Loire, por exemplo, tem a branca Chenin Blanc.
Cava
É o equivalente espanhol dos espumantes franceses. Cava é uma denominação demarcada que inclui várias regiões espanholas, mas os principais vinhos são elaborados na Catalunha e no Pénedes. As uvas autorizadas incluem as variedades espanholas Macabeo (viura), Parellada e Xarel.lo, mas também as francesas Chardonnay e Pinot Noir. O vinho deve ficar por um período mínimo de 9 meses em contato com as leveduras, dentro da garrafa, antes de chegar ao mercado.
Prosecco
Este espumante italiano é a bebida mais conhecida elaborada pelo método charmat. Nele, a segunda fermentação ocorre em enormes tanques fechados, chamados de autoclave. Herméticos, eles impedem o gás carbônico de sair, formando as borbulhas. É elaborado no norte da Itália, na região do Vêneto. A uva branca Glera, no passado chamada de prosecco, é a variedade autorizada para elaborar este espumante.
Franciacorta
Na região da Lombardia, nasce este espumante italiano elaborado pelo método clássico com a exigência de ficar pelo menos 18 meses em contato com as leveduras. Chardonnay e Pinot Noir são as suas principais variedades.
Asti
Espumante da região do Piemonte, na Itália, elaborado com a variedade Moscato, a partir de uma única fermentação. Quando a bebida chega a pelo menos 7% de álcool, a fermentação é interrompida, resultando em um vinho mais doce (como nem todo o açúcar da uva é convertido em álcool, ele tem este dulçor).
Frisante
São bebidas mais simples, em geral com metade do gás carbônico encontrado nos espumantes. Eles fermentam apenas uma vez. Os mais conhecidos são os lambruscos italianos, na região da Emilia-Romagna.
Blanc de blanc
É todo o vinho espumante elaborado apenas com variedades brancas. A Chardonnay é a mais utilizada, mas não a única.
Blanc de noir
É o espumante elaborado apenas com variedades tintas. Como a polpa da grande maioria das uvas é incolor, basta prensar a fruta e se obtém um suco transparente.
Brut
É o estilo mais produzido de espumantes. Antes de ir para o mercado, retira-se as leveduras da garrafa e, ao mesmo tempo, é acrescentado o chamado licor de expedição, que define a doçura da bebida. O brut deve ter até 12 gramas de açúcar.
E o Brasil…
Nosso País elabora espumantes em todos os estilos. A maioria da produção é pelo método charmat (dos grandes tanques). Quando a segunda fermentação ocorre nas garrafas, as vinícolas costumam indicar no rótulo que a bebida foi feita pelo método tradicional ou clássico. As variedades mais utilizadas são a Chardonnay, a Pinot Noir e a Riesling Itálico.