Segunda-feira, 04 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 3 de janeiro de 2020
A Bolívia vai eleger seu presidente no dia 3 de maio, mais de seis meses depois das polêmicas eleições que provocaram uma convulsão social que resultou na renúncia de Evo Morales e na posterior posse de Jeanine Áñez como presidente interina. As informações são das agências de notícias AFP e Reuters.
“No domingo 3 de maio, os cidadãos vão votar para eleger a presidência e a Assembleia Legislativa”, confirmou em entrevista coletiva o presidente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), Salvador Romero.
A Bolívia voltará às urnas após as eleições de 20 de outubro, vencidas pelo então presidente, Evo Morales, que renunciou em meio a denúncias de fraude, confirmadas pela Organização dos Estados Americanos (OEA).
As autoridades do TSE na ocasião acabaram detidas por envolvimento em fraude eleitoral, enquanto Morales fugiu do país e agora está asilado na Argentina.
No momento há vários pré-candidatos, e o líder nas pesquisas é o jovem líder “cocalero” Andrónico Rodríguez, considerado o herdeiro político de Morales, com 23% das intenções de voto, seguido pelo ex-presidente Carlos Mesa, com 21%, segundo colocado na eleição de outubro.
Rodríguez ainda aguarda a decisão final do Movimento aos Socialismo (MAS), diante da pretensão de outro candidato do partido de Morales, o ex-chanceler David Choquehuanca.
Os líderes civis regionais Luis Fernando Camacho e Marco Antonio Pumari, chaves nos protestos que derrubaram Morales, aparecem com 13% e 10% das intenções de voto, respectivamente.
O cronograma eleitoral deve definir vários atos, como o prazo para a inscrição de candidatos, tempo de campanha, publicidade e data de um eventual segundo turno.
Asilo na embaixada
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, prometeu na quinta-feira que vai seguir dando asilo na embaixada do país na Bolívia a várias pessoas próximas ao ex-presidente boliviano, Evo Morales, o que tem provocado uma disputa com o país sul-americano.
Em novembro, Morales se asilou no México logo depois de ser pressionado a renunciar à Presidência da Bolívia no que afirmou ter sido um golpe de Estado. Além disso, nove ex-funcionários de seu governo se refugiaram na embaixada mexicana em La Paz, que denunciou sofrer uma hostilidade pelo excesso de vigilância policial.
Aumentando as tensões, no final do ano passado, a presidente interina da Bolívia, Jeanine Añez, expulsou a embaixadora do México do país e o cônsul espanhol, após o governo mexicano denunciar que autoridades bolivianas retiveram os automóveis de funcionários espanhóis que visitaram a residência diplomática mexicana em La Paz.
“(O chanceler) Marcelo Ebrard tem a instrução de que se faça valer o direito de asilo”, disse López Obrador nesta quinta em um entrevista coletiva pela manhã. “Não podemos fraquejar neste assunto de dar proteção aos perseguidos políticos que receberam asilo na nossa embaixada.”
“Se nós entregarmos essas pessoas, estaríamos acabando com o direito de asilo, que para o México é sagrado”, acrescentou. “É uma questão de princípios.”
Apesar do impasse, o governo mexicano disse na segunda-feira que, ao menos por ora, não tem intenções de romper relações diplomáticas com a Bolívia nem declarar persona non grata o embaixador boliviano na Cidade do México, José Crespo.