Sábado, 18 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de abril de 2020
Um projeto ousado inscrito no programa de inovação da Nasa chamou a atenção dos cientistas. Saptarshi Bandyopadhyay, especialista em robôs do Jet Propulsion Laboratory (JPL), propôs a construção de um radiotelescópio no lado oculto da Lua. Sua ideia foi selecionada para a fase I – em que os pesquisadores devem avaliar a viabilidade do plano – e recebeu apoio financeiro de US$125 mil.
Para quem não sabe, galáxias, estrelas, buracos negros e outras fontes cósmicas emitem ondas de rádio – que são ondas eletromagnéticas como as da luz que você, só que mais compridas. Quando os cientistas conseguem ter acesso a esses sinais, fica mais fácil estudar a história do universo. Um radiotelescópio é feito para detectar essas ondas e alcançar aquelas informações que só os telescópios ópticos não dariam conta de captar. Eles não tem lentes: são imensas antenas parabólicas deitadas no chão.
Esses gigantes enfrentam alguns problemas, como a interferência de rádio produzida pelos seres humanos e também a barreira criada pela atmosfera, que impede a chegada de algumas ondas espaciais até os aparelhos.
O Telescópio de Rádio da Cratera Lunar (LCRT) idealizado por Bandyopadhyay evitaria todas essas adversidades. O outro lado da Lua, que não está virado para a Terra, não recebe essas emissões humanas. Além disso, ele conseguiria observar emissões eletromagnéticas em comprimentos de onda superiores a 10 metros, que costumam ser refletidos pela atmosfera. Isso nos daria uma visão dos processos que ocorreram no espaço quando as primeiras estrelas ainda estavam nascendo, há mais de 13 bilhões de anos.