Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 16 de fevereiro de 2021
A África do Sul quer devolver as 1 milhão de doses da vacina contra a covid-19 que recebeu do Instituto Serum da Índia, informou nesta terça-feira (16) o The Economic Times, uma semana depois de o país afirmar que suspenderia o uso da vacina da AstraZeneca em seu programa de vacinação.
O Instituto Serum da Índia, que está produzindo o imunizante da AstraZeneca, surgiu como um importante fornecedor de vacina. Um milhão de doses chegaram à África do Sul na semana passada, e outras 500 mil deveriam chegar nas próximas semanas. A empresa disse que não iria comentar a questão.
O Ministério da Saúde do sul-africano disse que o governo também pode vender as doses da vacina da AstraZeneca depois que o país paralisou a sua distribuição. Um teste clínico mostrou que o imunizante oferece proteção mínima contra casos leves a moderados da variante do coronavírus dominante na África do Sul.
O país, que ainda não lançou seu programa de vacinação contra a covid-19, decidiu começar a vacinar os profissionais da saúde com o imunizante produzido pela Johnson & Johnson na forma de um “estudo de implementação” com pesquisadores.
OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou na segunda (15) o uso emergencial da vacina contra covid-19 produzida pelo laboratório AstraZeneca e pela Universidade de Oxford. Em 31 de dezembro de 2020, a OMS também havia aprovado o uso emergencial da vacina dos laboratórios Pfizer/BioNTech.
A OMS aprovou o uso emergencial das vacinas Oxford/AstraZeneca produzidas nos laboratórios da Coreia do Sul e da Índia (de onde o Brasil importou 2 milhões de doses). Um painel de especialistas da OMS já havia recomendado o imunizante para uso, inclusive em pessoas com 65 anos ou mais, na semana passada.
De acordo com comunicado da própria OMS, a aprovação é um sinal verde para o Covax Facility, consórcio de fornecimento de vacinas contra covid-19 da própria OMS. A aprovação do uso emergencial é um pré-requisito para começar a distribuição dos imunizantes, e a Oxford/AstraZeneca é a principal vacina do Covax Facility.
Uma diferença entre a vacina e outras, como a da Pfizer/BioNTech, é a temperatura de armazenamento. A Oxford/AstraZeneca é indicada a países em desenvolvimento por seu relativo baixo custo de compra por dose e pela facilidade de transporte logístico. A vacina pode ser armazenada em temperatura de geladeira.
“Países que ainda não têm acesso a vacinas poderão finalmente começar a vacinar profissionais de saúde e grupos de risco, contribuindo para a missão de distribuição igualitária de vacinas do Covax Facility”, disse no comunicado Mariângela Simão, diretora assistente geral da OMS para acesso a medicamentos e produtos de saúde.
O Brasil faz parte do consórcio e deve receber cerca de 10 milhões de doses. Recentemente, a diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou por unanimidade uma resolução que dispensa a necessidade do registro e da autorização de uso emergencial das vacinas adquiridas pelo Ministério da Saúde por meio da Covax Facility.