Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 13 de novembro de 2018
A agência de classificação de risco S&P (Standard & Poor’s) reduziu nesta terça-feira (13) a nota da dívida argentina de “B”+ para “B” em consequência da crise econômica e das dificuldades de aplicação do plano de ajuste orçamentário defendido pelo governo Mauricio Macri, informa a agência France Presse.
Com o rebaixamento, o rating da Argentina passa a estar 5 degraus abaixo do grau de investimento, que é o selo de bom pagador. “Esta redução reflete a erosão da trajetória do crescimento, a dinâmica da inflação e a trajetória da dívida, após as dificuldades para colocar em prática o exigente programa de ajuste econômico”, indicou a S&P.
A perspectiva da nota é estável, informou a agência em um comunicado. A Argentina enfrenta uma recessão que deve prosseguir em 2019, de acordo com o o FMI, enquanto o governo tenta aplicar medidas de austeridade.
A S&P prevê uma contração da atividade de 2,5% este ano e de 1% no próximo ano. “As recentes mudanças orçamentárias e monetárias ajudaram na estabilização dos mercados financeiros”, apontou a agência. “No entanto, o impacto da aplicação irregular da estratégia econômica nos levou a reduzir a nota e as previsões de crescimento e inflação para os próximos dois anos”, completou.
Entenda a crise
A crise monetária de agosto e setembro acelerou o aumento dos preços e, desde janeiro, o peso registrou desvalorização de 50% em relação ao dólar, estimulando a inflação.
O país conseguiu um empréstimo de US$ 50 bilhões do FMI (Fundo Monetário Internacional) em junho, dos quais já recebeu US$ 15 bilhões, mas Buenos Aires precisou voltar ao organismo para obter apoio adicional com desembolsos mais rápido, se comprometendo a cortar seu déficit fiscal primário de uma previsão de 2,7% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2018.