Segunda-feira, 20 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de janeiro de 2020
A Amazon.com informou na quarta-feira que entrou com uma petição na Justiça para impedir que o Departamento de Defesa dos Estados Unidos e a Microsoft deem continuidade a um acordo de computação em nuvem de até 10 bilhões de dólares até que um tribunal decida sobre um protesto da empresa em relação ao contrato.
A Amazon, originalmente considerada a favorita para obter o acordo, havia indicado na semana passada que entraria com uma ordem de restrição temporária para exigir que o Pentágono e a Microsoft adiassem as atividades iniciais do contrato.
Conhecido como Jedi (Nuvem de Infraestrutura de Defesa da Empresa Conjunta), o contrato visa proporcionar aos militares melhor acesso a dados e tecnologia a partir de locais remotos.
Em um comunicado, a Amazon Web Services, divisão de nuvem da Amazon, disse: “É prática comum manter o desempenho do contrato enquanto um protesto está pendente, e é importante que sejam revistos os inúmeros erros de avaliação e a interferência política flagrante que impactaram a decisão do prêmio Jedi”.
Acusação
Em dezembro do ano passado, a Amazon acusou formalmente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de ter utilizado “pressão imprópria”contra a empresa em um contrato bilionário para prover serviços de computação em nuvem para o Pentágono. Em outubro, o governo americano anunciou que a Microsoft levou a licitação, avaliada em US$ 10 bilhões.
A Amazon era tida como favorita para levar o contrato do Departamento de Defesa — chamado de JEDI (Projeto Conjunto de Defesa em Infraestrutura de Nuvem) — por ser a maior provedora de serviços em nuvem dos EUA e por já ter firmado contratos com a CIA.
As acusações constam em documentos oficiais. Segundo uma reclamação formal de 103 páginas, a empresa deixa claro que acredita que Trump teve envolvimento central na decisão do governo de preterir a empresa e que houve “erros” de julgamento em não escolher a Amazon para o contrato.
” Eles [os erros] foram resultado de pressão imprópria do presidente Donald J. Trump, que lançou repetidos ataques, publicamente e nos bastidores, para afastar a AWS [subsidiária de computação em nuvem da Amazon] dos contratos JEDI e prejudicar seu tido inimigo político — Jeff P. Bezos, fundador e presidente da Amazon”, disse a empresa nas declarações iniciais do processo.
Bezos também é dono do jornal “Washington Post”, que Trump já acusou de espalhar notícias falsas e de agir como lobista da gigante de tecnologia. Segundo os documentos divulgados nesta segunda, Trump teria dito “ferrem a Amazon” repetidas vezes durante a licitação e que esse tipo de determinação é impossível de separar dos erros na escolha feita pelo Departamento de Defesa.