Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 30 de novembro de 2020
O governo da Argentina detectou uma nova nuvem de gafanhotos que está a poucos quilômetros do Rio Grande do Sul. Na última sexta-feira (27), o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa) relatou a presença do grupo de insetos nas cidades de Campo Viera e Itacaruaré, na província de Misiones, que faz divisa com as cidades brasileiras de Rincão Vermelho e Porto Xavier.
Técnicos do país vizinho dizem que esse gafanhoto não é do mesmo tipo do que chegou a ser aproximar do Brasil em agosto. Essa espécie, conhecida como tucura, não costuma se locomover a grandes distâncias, o que pode evitar a entrada dela em território brasileiro.
Até o momento, esses insetos foram observados em três fazendas no município de Campo Viera e em uma em Itacaruaré, sem grandes prejuízos – há registros apenas de ataques a algumas lavouras de erva-mate.
Profissionais dos dois países estão monitorando o deslocamento dos insetos e pedem para que os agricultores das duas regiões avisem às autoridades sobre qualquer novidade.
Nuvens
Desde o começo do ano, o governo do país vizinho monitora as nuvens de gafanhotos. Até agosto, eram 9 grupos de insetos que viajam pelo país, especialmente no norte da Argentina, perto da fronteira com o Paraguai.
No mesmo mês, técnicos argentinos conseguiram eliminar a nuvem que trazia mais riscos ao Brasil, também na divisa com o Rio Grande do Sul.
Surtos no Rio Grande do Sul
A Seapdr (Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural) do Rio Grande do Sul iniciou, nesta segunda-feira (30), investigação sobre surtos de gafanhotos na região Noroeste do Estado. As informações de ocorrência partiram dos produtores, sindicatos rurais e entidades da região.
“Estamos averiguando a situação, mas, segundo as informações obtidas, não se tratam de gafanhotos migratórios da espécie Schistocerca cancellata. A ocorrência de surtos de gafanhotos de diversas espécies é esperada devido às condições climáticas e a época do ano”, tranquiliza o agrônomo Ricardo Felicetti, chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Seapdr.
Conforme Felicetti, os levantamentos preliminares indicam infestações descentralizadas, não passíveis de formação de nuvens. A suspeita é que se trata de uma espécie endêmica e comum. “A preocupação maior é a ocorrência de surtos de S. cancellata, já que o potencial de infestação e danos é maior. Há equipes diligenciando a região para o monitoramento e orientação aos produtores. A secretaria está avaliando as medidas necessárias de resposta, havendo necessidade”, explica.
Informações de surtos devem ser encaminhadas à Seapdr, por meio dos canais de comunicação listados abaixo, ou à rede de vigilância, composta pelas inspetorias e escritórios de defesa agropecuária da secretaria e os escritórios municipais da Emater/RS-Ascar. As informações são do portal de notícias G1 e da Seapdr.